terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Batman Dark Knight - Trailer Oficial

- - - de _Renata, para o na Vitrine.



Data de lançamento mundial: 18 de julho de 2008

Um trailer muito bom, mas estranho porque não mostra muito o Bruce nem o Batman, só focando no Coringa que Heath Ledger interpreta maravilhosamente bem (será que supera o de Jack Nicholson?).
Interessante o casting desses filmes. O Christian Bale ficou ótimo, Michael Caine é o melhor mordomo ever, assim como Cillian Murphy e Liam Neeson nos papéis de vilões do primeiro filme... Mas eles simplesmente não conseguem acertar na heroína... Em Batman Begins, aquela sem-sal-açúcar-ou-qualquer-outra-coisa da Katie Holmes e agora essa Maggie Gyllenhaal, que ficou até bem legal em Mais Estranho que a Ficção mas não acho que encaixa no clima que Dark Knight deveria passar.


Mas mesmo assim... Just can't wait!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Some Kind of Wonderful





- - - de _Tereza para o na Vitrine.















Jonh Hughes é o diretor/produtor/roteirista por trás de grandes clássicos teens dos anos 80, como Gatinhas e Gatões (Sixteen Candles), Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller´s Day Off), O Clube dos Cinco (The Breakfast Club) e Mulher Nota Mil (Weird Science). Seu estilo influenciou toda sua geração e a seguinte, sendo que seus clichês se encontram desde Te pego atrás da escola, Patricinhas de Beverly Hills e até o mais recente Mean Girls.




Dito isso, eu sempre me senti um pouco alienada que meus dois filmes favoritos do gênero, embora influenciado por Hughes, não têm ligação direta com ele. Namorada de Aluguel e O Menino que Sabia Voar são dois filmes "menores" o segundo até divergindo pra uma semi-fantasia, mas eu não posso evitar, a romântica dentro de mim adora um Peter Pan e tem uma certa coisa por cemitérios de avião. Na minha opinião, "Namorada ..." tem a melhor cena final da história do cinema e a trilha sonora tem até Beatles.



A maioria das pessoas que eu conheço considera Ferris o melhor do gênero, e eu nunca neguei isso, é muito bom, só não é o meu favorito. E depois que eu vi Pretty in Pink eu cheguei a conclusão que prefiro Hughes como lançador de tendencias do que como cineasta. Isto é, até ontem.



A primeira vez que eu ouvi falar em Some Kind of Wonderful (que em português tem o tosquíssimo nome de Alguém Muito Especial) foi em Gilmore Girls, a Lorelai descrevendo o filme e apontando como um dos seus favoritos, junto de The Way we Were e Nasce Uma Estrela. Bom gosto indiscutível. Some Kind of Wonderful é oposto complementar de Pretty in Pink. Ou seja, é bom.


Ambos os filmes tem como foco um triangulo amoroso, entre o protagonista, classe média baixa americana com tendências artistícas, o objeto de desejo dele, popular e/ou rico cercado de babacas, e o melhor amigo, que de repente se descobre apaixonado.





As diferenças são basicamente de gênero e de tom. Some Kind of Wonderful é sobre um menino e duas garotas e é provavelmente o filme mais sério de Hughes e Pretty in Pink, o vertice é uma menina e ainda é dado a cenas bobas ou surreais.







Eu acho que o fato de SKoW ser tão melhor pra mim é que é muito mais fácil de me identificar com a tomboy, que é apaixonada pelo melhor amigo, que por sua vez é apaixonado pela menina mais popular da escola, do que alguém que está presa entre dois babacas, o melhor amigo que é o tipo de patinho feio que nunca vira cisne, e o covarde mor da escola, que convida e depois desconvida ela pro baile, supostamente porque ela é pobre. E eu devo achar isso bonitinho, romântico? Idiota isso sim.


O engraçado é que a melhor amiga, Watts (Mary Stuart Masterson) é muito mais bonita que a popzinha Amanda Jones ( Lea Thompson), mas isso pode ser porque eu sou total sucker por meninas de cabelo curto. O protagonista, Keith Nelson (Eric Stoltz), também é all kinds of hot, e olha que eu nem gosto de ruivos, mas fazer o quê, ele é parte pintor, parte mecânico e tem uma cena que focalizam nas mãos dele sujas de graxa que simplesmente, ai ai.

Todos os tres atores tem química das melhores, e todos dão performances acima da média, mas é Masterson que rouba o show, toda cena em que ela aparece é impossivel desviar atenção pra outra coisa. Ela mostra despespero e paixão não corespondida com graça e dignidade dificeis de alcançar. E ela é simplesmente adoravel.


Os coadjuvantes são top de linha. O pai, mistura de orgulho e preocupação tem um gosto de realidade dificilmente apresentado em filmes do gênero, e a irmã pentelha é o alivio cômico na medida certa. Mas o meu favorito é o Duncan, a princípio bully que no final se torna amigo do nosso herói.



O filme é um romance, sim, mas é também sobre as coisas que você deve fazer pra se tornar a pessoa que você deseja ser. As vezes é ir numa festa sabendo que você vai apanhar dos amigos atletas do ricaço da escola, as vezes é descobrir que se pode viver sem pegar emprestado coisas de pessoas que nem gostam tanto assim de você, ou ás vezes é servir de chaufer para o encontro do amor da sua vida com outra pessoa, mesmo que isso parta seu coração.


A trilha sonora, que há uns anos atrás seria considerada brega, nessa moda oitentista de agora é nada além de muito cool, com versões sintetizadas de Rolling Stones e Elvis Presley.


E apesar de o final ser realmente apressado, esse filme supera o gênero e entra pro hall daqueles que você pode assistir vinte mil vezes sem nunca enjoar.



PS: A cena do primeiro beijo pode ser considerada no mínimo antológica.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A Loja Mágica de Brinquedos


- - - de Tereza _, para o na Vitrine.


Já faz um tempo que eu deixei de assistir filmes teoricamente infantis no cinema. Deixa eu reformular, sim eu assisto desenhos, sim eu assisto épicos de fantasia e meu, nenhum filme do Tim Burton pode ser considerado infantil. Mas em relação a "Terabitas" e "Oh não! Ficamos presos no aeroporto no Natal", é, eu prefiro esperar pra ver na tv (e sim, eu vou assistir quando passar).
Mas quando eu vi que "A Loja..." tinha o Dustin Hoffman e a Natalie Portman ultra-cute com cabelo de menininho eu não podia não assistir. Depois eu ainda descobri que o roteiro foi escrito pelo mesmo cara de Mais Estranho que a Ficção.
Perfeito, não? Eh, não...


O negócio com esse filme é o seguinte, ele tinha potencial pra ser o melhor filme de todos os tempos, mas acaba sendo uma decepção. Primeiro, enquanto eu assistia o filme eu notei que a direção era no mínimo estranha, algumas cenas duravam um segundo a mais do que deveriam e os closes eram muuuuuuuuuuuuiito justos. Assim, eu sei que a Natalie Portman é uma das criaturas mais fofas que já pisou na terra, mas eu não preciso ver todos os poros do rosto dela pra perceber isso. E ninguém precisa de tanto CGI pra entender que a loja é mágica. Sinceramente as cenas mais simples são as mais bem feitas, será que ninguém nunca ensinou pra esse diretor que menos é mais?


Depois, o roteiro, de que adianta ter personagens carismáticos, e isso eu não questiono, se a história não tem propósito? O Jason Bateman faz supostamente o antagonista do filme mas tudo que ele faz é discutir um ponto com a Natalie: "Eu não acredito que a loja é mágica" "Isso é porque você é um contador sem coração. Acredite em mim, ela é mágica, eu sei disso porque eu sou música, portanto superior emocionalmente a você" "Okay, eu acredito, agora eu vou abraçar macaquinhos de pelúcia" E é isso! Todo mundo faz esses discursos grandiosos pra convencer outras pessoas de coisas completamente óbvias. Esse é o filme.


O menino que é, também, ultra-fofo, não consegue ter amigos e tem uma coleção de chapéus destoa um pouco da história, embora seja o narrador, mas o arco dele não é finalizado, de nenhum dos personagens é, porque o filme acaba do nada. Mas do nada mesmo. Eu já vi filmes terem finais abruptos, mas um igual esse, nunca.
Será que nunca ninguém ensinou ao roteirista que histórias precisam de conclusão? Não, sério, quem que termina um filme em seu climáx? A impressão que eu tive é que o cara tava escrevendo, chegou nessa parte, não conseguiu pensar num final decente e decidiu terminar por ali mesmo.

Falando assim, até parece que é o filme é o pior do universo, o que não é verdade, tem suas coisas boas (uma delas é o figurino da Natalie Portman, eu quero todas as roupas dela pra mim), mas é só que podia ser tão melhor. Sigh... Nem a trilha sonora salva.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Gossip Girl




Warner Channel, às quintas-feiras
20:00 h




de Renata, para o na Vitrine.






Eu que vou quebrar o hiatus de mais de um mês? Que legal!


Na nova safra de séries que estréiam este mês na Warner, um elemento em particular chamou a atenção desta vestibulanda levemente irresponsável.



O draminha Gossip Girl. Óbvio substituto de O.C (e seu final intragável) para o público pré-adolescente (que espera ansiosamente que suas vidinhas sem-graça se tornem tão emocionantes quanto às da televisão) e adolescente mesmo (que sabe que não daquele jeito meeeesmo). No entanto, Gossip Girl, baseado no livro de título homônimo da autora Cecily von Ziegesar, vai muito além de substituir O.C.


Gossip Girl é O.C.



Sim, houve algumas alterações. Deixem-me explicar em dois tópicos:



1 - O cenário. Em vez das praias quentes da Califórnia e suas mansões com chão de mármore encomendado da Espanha, que fornecia garotas esculturais desfilando em biquínis e shortinhos de 15.000 doláres, temos a fria Nova York e seus prédios chiquérrimos cujos alugueis alimentariam crianças africanas por anos a fio, e garotas esculturais desfilando em casacos pesados feitos de sabe Deus o que, mas com preços acima de 30.000 doláres, sem dúvida.



2- As personagens. O centro da série é Marissa Cooper, que voltou do túmulo com um pouquinho mais de simpatia e miolos, dessa vez na pele de Serena van der Woodsen (Blake Lively), mas ainda sendo o sonho de consumo de todos os seres vivos que a rodeiam e questionando sua existência nos goles de álcool que toma por dia.





Serena-Marissa, no início do primeiro episódio, acaba de voltar para N.Y de um colégio interno onde tinha ficado por meses, sem dar satisfação a ninguém, inclusive sua melhor amiga, Blair Waldorf (Leighton Meester), ou Summer Roberts, se vocês preferirem.

Blair-Summer também mudou um pouquinho, está bem menos tolerante e bem mais irritante porque não tem mais seu Seth Cohen a tiracolo. Blair é praticamente casada com Nate Archibald (Chace Crawford) uma personalidade nova na trama. Ele faz um papel de pobre-menino-rico que me surpreendeu (de tanta pateticidade). Como vocês já devem perceber, Nate morre de amores por Serena e já no primeiro episódio descobrimos que o exôdo de Serena para um internato em Conneticut tem muito a ver com isso.

Ryan Atwood e Seth Cohen se fundiram no melhor personagem apresentado até agora: Dan Humphrey (Penn Badgley). Dan tem a coragem de um e a comicidade do outro e vem com um novo acessório, sua irmãzinha Jenny Humphrey (Taylor Momsen), que graças a Deus não é nada parecida com Kaitlin Cooper ( a irmã da Marissa original, que era tão chata que dava vontade de morrer e matar) e é caloura no colégio onde todos esses adolescentes de 25 anos estudam. Dan também lambe o chão onde Serena pisa, mas no primeiro episódio, pelo menos, ele recebe uma pequena recompensa por isso.


O vilão é Chuck Bass (Ed Westwick). Ele não é de sair batendo em quem não é bem vindo em seu território mas diverte-se em acumular conquistas e seu troféu mais desejado e ainda não adquirido é adivinha quem?


O resto é igual. Os pais dessa galera (cujos atores devem ter no máximo, uns 35 anos) se dividem novamente entre os pólos do bem e do mal que o dinheiro constrói. As mães ainda se preocupam com a aparência das filhas (além das próprias pontas-duplas) e os pais ainda se dobram e desdobram nas artimanhas de poder que constituem as mega-empresas americanas. Sandy Cohen porém, virou um rockeiro fracassado gatíssimo, pai de Dan e Jenny. Mas o engajamento social da série ainda é fornecido por ele. Kirsten Cohen não apareceu e acho que ainda vai demorar para ela dar as caras. Fugiu de casa, a procura de si mesma, aparentemente.


E tudo isso é narrado pela Gossip Girl. Uma espécie de Big Brother da elite de Nova York, onipresente, onisciente e a terceira coisa que Deus é. A voz desse site que todos os High School Kids acessam esperando ver uma pequena menção de si mesmos é da atriz Kristen Bell, a mesma protagonista de Veronica Mars, que a Tê tanto ama

Bom, não preciso falar muito da trama não é mesmo? Americanos jovens, ricos e bonitos e suas situações quase tão catastróficas quanto o Tsunami na Ásia.



Pode não parecer, mas esse post é uma recomendação. É que eu gostava de O.C sabem..





P.S nada a ver com o post. Eu só queria fazer um comentário já que estamos falando de séries e ver se vocês concordam comigo. Eu estava assistindo alguns episódios antigos de FRIENDS e eu acho que o Ross tinha mais razão que a Rachel. Eles tinham dado um tempo e ele estava devastadoramente arrasado e bêbado. Ela é uma exagerada egocêntrica e tinha saído com o Mark no mesmo dia que tinha brigado com o Ross. Eu perdoaria e pouparia mais de sete temporadas de enrolação para que eles ficassem definitivamente juntos.








domingo, 30 de setembro de 2007

Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso)

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

Um dos maiores acertos da academia cinematográfica no preciso ano de 1989 foi premiar com o Oscar de melhor filme estrangeiro Cinema Paradiso. Assim, algumas locadoras acabam até considerando a possibilidade de mantê-lo em circulação (na verdade, isso sou eu tentando liberar minha agressividade contra as locadoras de Águas Claras).

Voltando. Eu pensei, na verdade, em postar outra coisa hoje. Uma lista de motivos de por que você não precisa assistir a O Segredo. Mas lembrei que alguém (não vou citar) amou esse filme e resolvi ficar frio. Falar de Cinema Paradiso é muito mais propício, simplesmente pelo fato de esse filme ser maravilhoso.

Qualquer pessoa que se considere minimamente cinéfila tem obrigação tácita de assistir-lhe. A história do cinema antigo é o plano de fundo marcante na trama. Totó (Salvatore Cascio e Jacques Perrin), um bambini italiano nascido na década de 50 (ou 40, mas a história é em 50), tem grande curiosidade pelo ofício de Alfredo (Philippe Noiret), quem opera os projetores de um cinema local. As sessões, cujos filmes são sempre submetidos à censura da igreja, reúnem toda uma comunidade de forma muito diferente das atuais. O cinema é uma distração para o povo, para as massas, e a bagunça é generalizada.

Outras questões também acompanham o desenvolvimento de Totó. A escola, a relação com a família e o seu futuro, em busca de algo que sempre exerceu fascínio sobre ele, além, como sempre, da descoberta do amor.

Mas o mais importante é a simplicidade do filme. A trilha sonora muito fluída do renomado Ennio Morricone soma-se à beleza sutil das imagens, e até das mudanças de foco na própria narrativa.

Cinema Paradiso não apenas fala de cinema, mas é uma das produções mais vigorosas dele próprio. Sua ambientação faceira lhe dá sentido e nos traz, mais uma vez, a imperiosa importância do cinema europeu.

domingo, 23 de setembro de 2007

Sassaricando, e o Rio Inventou a Marchinha



- - - de _Renata, para o na Vitrine.






Então... Sabem uma coisa que eu detesto? Carnaval.


Sabem outra coisa que eu detesto? O Rio de Janeiro.




Mas, por motivos que nem a ciência explica, eu gostei muito da peça que vos indico.


Trata-se de um musical brasileiro, que apresenta com muito bom gosto as músicas já abandonadas pelas festas atuais (e abomináveis, diga-se de passagem) do carnaval, as marchinhas.




Elas são o tipo de canção que você passar a gostar no momento em que escuta. Desacostumado ou não, você se empolga com o ritmo e a melodia, composta de rimas bem humoradas, cativantes e inteligentes.




Nessa peça participa um roqueiro brasileiro, já não do nosso tempo, mas que minha mãe afirmou com todas as letras que foi o uó da juventude dela. Eduardo Dusek, um coroa simpatíssimo e com muita presença de palco, lidera a apresentação de mais de duas horas.




Porém, o tempo corre contra quem ainda desejar assistir essa peça. O próximo fim-de-semana será o último e eu sugiro que vocês se apressem e estejam postados na frente do teatro da CAIXA Cultural - SBS Quadra 4, lotes 3/4 na quinta-feira 27 de setembro, às uma da tarde, se querem não só um bom lugar, mas um lugar mesmo, porque digamos... está bombando!














Agora eu sei porque Carnaval tem tanta tradição. É porque já foi muito bom!

sábado, 22 de setembro de 2007

A Menina Ícaro

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"Pare. Não há nada.
Só eu, e eu peguei você."


Esse foi um dos livros mais surpreendentes da minha vida. Não pelo enredo em si (inclusive, não gostei nem um pouco do final), mas pela forma como ele é escrito. É simplesmente indizível o poder que Helen Oyeyemi, com não mais de 20 anos, possui sobre as palavras, misturando poesia com prosa e sensações muitíssimo nítidas.

A Menina Ícaro é a história de Jessamy Harrison, a Jess. Uma menina de oito anos, com um mundo muito próprio, caracterizado pelo medo de quase tudo que, muitas vezes, a leva a terríveis ataques de gritaria. Jess vive contradições nítidas em sua vida, como conviver com sua dupla naturalidade, nigeriana e inglesa; e presentes até mesmo nas relações díspares com o pai e com a mãe. Jess é uma menina bastante inteligente. Seu passatempo? Ler Shakespere com a mãe. No entanto, existem barreiras muito maiores que a própria mente que a impedem de se sentir confortável na escola. A convivência com as garotas brancas, provavelmente.

E então, presa nesse turbilhão de inconveniências, Jessamy conhece Tilly-Tilly. Uma amiga que lhe entende. Mas, quando Tilly-Tilly passa a lhe mostrar como é fácil magoar as pessoas, Jessamy percebe que não sabe quem é sua melhor amiga.

Além da carga emocional muito forte, as descrições por todo o livro, valorizando de maneira invejável todos os outros sentidos, além da visão, fazem de A Menina Ícaro um romance insubstituível, de um terror sutil e de um desespero maior que muita objetividade por aí.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O ano em que meus pais saíram de férias

- - - de Tereza, para o na Vitrine.

Um filme sobre infância, futebol, judaísmo, repressão e ditadura. E de repente parece que você está assistindo um desses filmes sensíveis italianos sobre a guerra. O que faz sentido, porque eu sou da opinião que em termos emocionais e artísticos o que mais se aproxima da guerra pro Brasil, e talvez para a América do Sul, seja a ditadura. Por isso é um tema tão revisitado.

E apresenta algumas inovações. São poucas explosões, as catarses são silenciosas, poucas vezes óbvias, o que dá uma qualidade diferente pro filme. O Cao Hamburguer é um bom diretor, principalmente de imagens, ele sabe onde colocar a câmera, sabe o que filmar. E a fotografia é primorosa, o ritmo nervoso quando tem que ser e estático, quase agoniante quando é necessário.

O maior problema do filme, sinceramente, são as atuações. Ou melhor, os diálogos. Tem uns que são dificéis de engolir e você pensa que o problema são os atores. Mas não, porque assim que eles calam a boca e só reagem, o filme melhora 200%. Ainda bem que na maior parte do tempo é silencioso.

É um drama, sim, mas tem momentos muito engraçados. Graças a Deus não é daqueles dramalhões forçados.

Uma das coisas que mais me impressionou é o quanto a infância é bem retratada. Filmes costumam ter duas formas de tratamento, ou são crianças hiper precoces que tomam conta dos adultos ao seu redor, ou são debeis mentais que nunca tiveram educação, todos com idade mental de 3 anos. Aqui as crianças apresentadas parecem reais, lembram a minha infância e da dos meus amigos.

Por fim, a metáfora de que o goleiro quem deve estar sempre preparado, embora esteja sozinho até que é sutil. Um filme bom, que tinha potencial pra ser ótimo.


terça-feira, 4 de setembro de 2007

Simpsons - O Filme


- - - de Renata, para o na Vitrine.

Eu dedico esta postagem ao querido Rafael. Porque eu sei a exata intensidade dos sentimentos dele pelo programa dos Simpsons e tenho uma considerável noção do que ele deve estar pensando ao ver uma matéria sobre eles no blog que ele criou e montou com tanta dedicação e esmero.


Ironia é uma arte. Seu perfeito equilíbrio com aventura, ação, amor, comédia pastelão, crítica social resultou nesta animação que vos apresento e que foi tão prazerosa de se assistir.

Quem conhece a série em seus pequenos detalhes com certeza compreenderá melhor a proposta do filme, mas sem dúvida o divertimento é geral. Mas já devo ir dizendo, na verdade, a peça não passa de um episódio de maior duração, com uma qualidade de animação bem maior e cinco ou seis cenas mais pesadas (para a TV americana, não a nossa). Mas quem reconhece como a série é extremamente boa sabe como isso não é um problema, mesmo.

Matt Groening, o criador do universo simpsioniano (hehe, acabei de iventar essa palavra, eu acho), para mim é um completo gênio. Ninguém jamais revelou com tanta precisão, humor e inteligência, os aspectos (absurdos ou não) da vida típica americana. E tudo através de um desenho animado com mais de 18 anos de duração, onde os brancos são as únicas pessoas com a coloração da pele representada erroneamente.

A trama é simples e bem contada. A cidade de Springfield (sem localização certa, exatamente porque existem milhares de cidades chamadas Springfield pelos EUA) e seus moradores (espelhando o próprio país) ignora seus problemas de poluição ambiental e se torna a cidade mais poluída dos EUA. O governo estadunidense (com um presidente 1% mais competente do que o atual) toma medidas drásticas e tipicamente estúpidas para resolver a questão.

Neste interím, Homer Simpson, o americano mais bem representado da história da Televisão (e agora do cinema!), entra em um grande conflito interno, ao perceber sua incapacidade de ser um chefe de família decente, principalmente para Bart Simpson, que começa a questionar seriamente o abandono paterno. Marge e Lisa representam a sensatez feminina que Matt Groening tanto valoriza. Uma é a eterna esposa dedicada e piedosa, quase santa, e a outra é a filha de cérebro afiado e alma romântica (em algumas cenas eu quase morri de rir, de tanto que meu comportamento parece com o dela).

Para quem assistir dublado, um grande revés: a voz de Homer está alterada, refletindo um sério problema da dublagem brasileira. Apesar de ser considerada uma das melhores do mundo, seus artistas não recebem o devido respeito no ambiente de trabalho. Waldyr Sant'Anna, o Homer verdadeiro, rompeu com a FOX e está a processando depois do uso não-autorizado de sua voz nos DVDs da série. Ele chegou a escrever uma nota oficial aos fãs, agradecendo o apoio e lamentando toda a situação. Consequentemente a falas de Homer ficaram xoxas e vazias, e serão assim daqui para frente, apesar do visível esforço do dublador Carlos Alberto, o substituto oficial.

Altamente recomendado se você quer rir de piadas inteligentes, espertas, rápidas, exageradas, infantis, adultas e que lá no fundo, também parodiam você.




E esperem a cena depois dos créditos, para pensarem em mim.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Qual é o Seu Pedido?

- - - de Rafael, para o na Vitrine.


No último sábado eu fui, depois de constantes indicações da Leila, assistir à peça “Qual é o Seu Pedido?”. O espetáculo, apresentado pelo grupo “Anônimos S.A.”, se trata de uma apresentação um tanto cômica e imprevisível, por ser formada basicamente por esquetes de improvisação. O nível dos atores é impressionante. Muita criatividade e promessa de risos desmesurados é o que espera quem resolver aproveitar a temporada que vai até o dia 18 de agosto.

É claro que, numa situação dessa, em que os atores tem de arriscar constantemente e pôr em funcionamento o máximo de sua criatividade, muito besteirol pode sair. Mas nada que não esteja dentro dos parâmetros que, aliás, são ditados pela platéia. A qual interage do início ao fim. O cenário é uma espécie de bar e os atores seriam os supostos “garçons” prontos para atender todo e qualquer pedido do público. Para pôr ordem à bagunça, são distribuídos alguns cardápios em que os desafios vêm no lugar dos pratos. E com nomes nada convencionais.

A apresentação é organizada na forma de uma competição. Os cinco garçons são apresentados e a platéia “tira” os times. De um lado os verdes, do outro os laranjas e no meio o ator curinga, que participa atuando em ambas as equipes.

O legal da peça é que, a cada nova apresentação, o resultado é sempre novo. As situações mais que inusitadas prometem. Para aqueles que sempre se queixam da programação morna da capital, está aí um ótimo pedido. Faça o seu.



De 10 a 18 de agosto. Sexta e sábado às 21h. Domingo às 20h. Teatro Nacional Cláudio Santoro - Sala Martins Pena. Censura Livre. Ingressos R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Antecipados: Chilli Beans e bilheteria do Teatro Nacional. Doadores de 1Kg de alimento não perecível pagam meia. Informações: 8111-7868 ou 3325-6240.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A vida secreta das palavras


- - - de Tereza_, para o na Vitrine.


Uma mulher loira, não muito bonita, não exatamente feia, com olhos muito mais velhos que o resto do rosto, janta, lava a louça, e se deita sem fechar aos olhos. Ao fundo uma voz infantil relata fatos do cotidiano: ela afaga meu cabelo, me conta histórias, canta pra mim, ás vezes chora... E cena.

Quem é a criança? Quem é essa mulher? Essa é a questão do filme. Ela não fala muito, gosta de ser deixada em paz, mal reage. Apenas sobrevive.

Ela pega um ônibus, duas senhoras discutem Vin Diesel e Van Dame. Conclusão, Vin Diesel é melhor ator, Van Dame talvez tenha mais músculos. Será isso importante? Será que qualquer coisa da vida importa?

A mulher, Hanah é seu nome, é contratada como enfermeira para cuidar de uma vítima de um acidente em uma plataforma de Petróleo que esta sendo desativada.

Longas cenas de dialogo, com cortes que parecem pulos no tempo mas na verdade são voltas. O acidentado é um americano que apesar de temporariamente cego e com queimaduras dolorosas pelo corpo todo, aparentemente não consegue parar de falar. Inicialmente ele destoa do resto do filme, que é escuro, fechado, silencioso, mas ele é um dos personagens mais tristes.

Através de mentiras ela conta verdades pra ele, no que se revela ser um recorte de tragédias. Como apreciar a vida, ser simpático a tragédia de outros, não achar tudo obsoleto, quando a pior coisa do universo aconteceu com você? Quando até a morte é uma benção que te é negada?

Ele é melodramático e carente, ela seca e divertida. Por mais devastadora que seja a história nunca é piegas ou melosa. Tem até seus momentos de leveza. Um mistério é instigado, mas quando for a hora de você saber a verdade será que vai ter estomâgo?

Eu entendo a intenção do filme, é importante que certas coisas não sejam esquecidas, mas será que depois de tudo ainda é possível um final feliz?

A voz infantil acredita que sim, aparecendo numa hora em que já nem me lembravámos dela. Resta saber se nos acreditamos nela.

O filme é ousado, mas não saí dele pensando "nossa, que filme bom" e sim "nossa que filme triste". Será isso o suficiente?

Paris, Te Amo

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

Lindo, singular e encantador. Esse filme a várias mãos me deixou alegre por dias.

O filme na verdade é uma coletânea de curta-metragens, cada um com diretores e elenco próprios; todos, porém, gravados na Cidade das Luzes. É complicado fazer uma crítica do filme como um todo, uma vez que cada fragmento do texto tem suas próprias qualidades e nuances. Mas o incrível é que não há nenhum curta ruim ou fraco. São duas horas de graciosidade e aquela espécie estranha de nostalgia sobre uma época nunca vivida.

Entre os grandes nomes envolvidos de alguma forma com o projeto estão o diretor Alfonso Cuarón e os atores Natalie Portman, Maggie Gyllenhal e Elijah Wood.

O curta de Cuarón, o segmento Parc Monceau, é um diálogo super bem-feito entre duas personagens que, a princípio, não dá para saber sua relação. O curta que foi gravado em uma única tomada, imagino que tenha aproximadamente 10 minutos, nos leva a deduzir uma história que, na verdade, é outra.

Natalie Portman, uma atriz amadora (no curta, pelo amor de Deus), vive um caso de amor com um garoto cego. A garota, para variar, dá um espetáculo de atuação.

Maggie Gyllenhall também interpreta uma atriz. E seu francês está impecável. Não que eu tenha grandes parâmetros para comparar, mas ela me convenceu totalmente. Ela falava com tanta naturalidade. E, aliás, que idioma gostoso de ouvir, não? É tão apaixonado...

Já Elijah Wood entra num conto de amor para lá de psicodélico com uma vampira, em uma cidade azul ciano. O sangue estilizado da cena, tudo, criou um ar estético tão non-sense em relação aos outros filmes, que acabou sendo um efeito interessante.

Entre outros fragmentos que me encantaram estão o primeiro, que é um encontro não muito casual entre estranhos, o dos mímicos e outro sobre um casal a ponto de se divorciar, quando a mulher descobre que tem uma doença fatal e o marido não tem coragem de partir; é quando eles reaprendem a se amar.

Como eu disse, todos os curtas são muito bons. Tudo é muito bonito e, além da vontade de conhecer a cidade, o filme dá uma vontade muito forte de ser feliz. Comigo, pelo menos, foi assim e funcionou.


imagens em http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/

sábado, 11 de agosto de 2007

A Saga do Tio Patinhas


- - - de Tereza, para o na Vitrine.


Carl Barks é um dos quadrinistas mais importantes de todos os tempos, e com certeza o mais importante da Disney. Também conhecido como homem dos patos, foi nas mãos dele que o universo de Patópolis e a personalidade atual do Pato Donald tomaram forma. Seu personagem mais complexo porém, sempre será Patinhas McPatinhas, ou simplesmente Tio Patinhas.

Ao longo do seus anos de trabalho Barks deixou várias pistas do passado do pato mais rico do mundo em suas histórias, mas nunca montou uma biografia oficial.

Isso só aconteceu no início dos anos 90, quando a Don Rosa, discípulo confesso de Barks, foi encomendado pela Disney uma edição de aniversário, que pudesse seguir, na medida do possível, a cronologia proposta por seu criador.

Quase 17 anos depois, finalmente chegou ao Brasil uma das mais bem feitas compilações dedicadas ao formato. No estilo americano, papel especial e um puta comentário editorial "A Saga" é um deleite.

Dividos em três livros, as histórias narram desde o jovem Patinhas na Escócia, ganhando a moedinha número 1, até suas aventuras, já como o pato mais rico do mundo, com seus sobrinhos Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho.

Patinhas fez de tudo, foi cowboy, garimpeiro, dingo e grumete. No ínicio tinha ambições modestas, ir para América para conseguir mandar dinheiro pra família, mas a medida em que vai conhecendo o mundo e se desencantando com ele, seus sonhos de grandeza vão aumentando, chegando ao ponto de se alienar quase totalmente.

Mas vou me adiantando. Patinhas começa como um jovem esperto porém, ingênuo que aprende desde cedo que com trabalho duro e perseverança tudo pode ser alcançado. Ele encontra muitos bandidos pelo caminho, inclusive o protótipo do que seriam os irmãos Metralha, mas é apenas com o bandido McMônei, em um dos melhores capítulos da história, que alguma coisa se quebra em suas convicções. Não vale a pena confiar nas pessoas, é melhor se virar sozinho, pois senão você pode ser passado pra trás. Até o dia em que contraria tudo o que foi ensinado e, por puro orgulho, resolve se vingar de alguém que aparentemente não é seduzido pelo dinheiro. Atinge o fundo do poço, e só com muito esforço consegue sair. E isso tudo vem de um pato falante.

Carismático, corajoso, esquentado e muquirana, conhecendo sua família dá pra entender o porque dele ser assim. Além dos pais e das irmãs, vemos seus ancestrais e suas primeiras ligações com a família da vovó Donalda.

A Saga também está intimamente ligada a história americana, misturando os personagens Barkasianos com pessoas reais (Patinhas deu uma surra em todos eles), como Bufalo Bill e o presidente Roosevelt. Inclusive ótima a cena em que sua irmã Hortência, mãe do Pato Donald, dá um sermão em Teddy reclamando o voto feminino.

Os capítulos com Dora Cintilante, o grande amor da vida dele, são altamente sugestivos ("vocês são jovens demais pra isso" afirma o Pato Donald quando seus sobrinhos perguntam sobre ela), e estão entre os melhores. Afinal, como seria um vida de perigos e aventuras sem um romance.

A arte é mais do que maravilhosa, de um realismo impressionante, uma completa atenção aos detalhes, gags visuais fantásticas, algumas cenas parecem que poderiam ser emolduradas. Sem exagero, só as sombras já seriam o suficiente para um estudo artístico.

Por fim, a grande lição é que muito mais importante que o destino, é a jornada. E você está convidado para essa.



terça-feira, 7 de agosto de 2007

21 Gramas

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"Dizem que perdemos 21 gramas no preciso momento da nossa morte...todos nós. O peso de cinco moedas. O peso de um pedaço de chocolate. O peso de uma borboleta...Quanto pesa a vida?"


Título Original: 21 Grams
Gênero: Drama
Direção: Alejandro González-Iñárritu

Essa crítica, vou começar pelo defeito: o roteiro. Não quero dizer que ele seja mal feito ou mal trabalhado, mas a verdade é que eu já enjoei disso: recortes de cenas, vindas de espaços, tempos e personagens diferentes, montando um grande quebra-cabeça que só vai fazer sentido no final, à la Crash, O Grande Truque, Babel (por sinal, do mesmo diretor)... para citar os mais recentes, apesar de existirem muitos outros semelhantes. Pra ser sincero, essa é exatamente uma característica que teria feito o Rafael de alguns anos atrás se apaixonar perdida e loucamente pelo filme. Acontece que, não sei, essa receita não me impressiona mais. E quer saber, eu nem deveria ter escrito que isso é um defeito. Eu sei que, nas Artes principalmente, nada se cria; tudo se copia. Esse parágrafo foi tão pessoal que não faz nem sentido. Por tanto, a menos que você tenha se identificado com os meus sentimentos, para você a crítica começa agora.

21 Gramas é um desses filmes de beleza plástica. A câmera tremida, sabe, dá aquele ar de cinema alternativo muito gostoso. E o efeito não engana. É muito bem encaixado. Os filtros de cor também, causando um contraste sutil, uma impressão meio opaca. É tudo muito impressionante e bonito. Mas nada tão na cara. A beleza da fotografia é tênue... Apreciei bastante.

É um filme de impressões. Com símbolos muito fortes. Numa das primeiras cenas, um pai e suas duas filhas pequeninas sentados numa lanchonete, eu senti isso. O close da câmera está num canudo saindo de um líquido negro e borbulhate. A cena vai abrindo e descobrimos, em segundos apenas, que é a criança quem sopra o canudinho para borbulhar sua Coca-Cola. Mas a sensação inicial não era essa. Era de algo mais nojento, eu imaginei que fosse alguma droga, não sei porquê (alguém já ouviu falar em uma droga líquida, negra e borbulhante? Eu não). E, então, as crianças com seu pai. Um jogo muito estranho. Durante todo o filme, tudo permaneceu com a sensação de ser mais bonito do que parecia. Mesmo as cenas fortes, com drogas (de verdade) e sangue.

“Um filme de AMOR, ESPERANÇA e VINGANÇA”, dizia na capa do DVD. Mas, sinceramente, eu não esperaria encontrar muito disso não. Na verdade, por mais que seja uma trama complicada, e personagens profundos, tudo me pareceu justamente sem história. As cenas são ótimas. Mas não há lições de moral, e nem fica tão claro qual era o coração da trama. Eu diria que é, antes, um filme de como a vida passa, de como as pessoas são. Assim mesmo, sem grandes propósitos, como se o tempo simplesmente passasse. Apenas isso. O que não é pouca coisa.

O incrível é que eu sinto que o filme me impressionou da forma justamente oposta à proposta do diretor. Gostei muito das suas qualidades, mas não me surpreenderia se qualquer um achasse essa crítica completamente precipitada.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Budapeste

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"O Danúbio, pensei, era o Danúbio mas não era azul, era amarelo, a cidade toda era amarela, os telhados, o asfalto, os parques, engraçado isso, uma cidade amarela, eu pensava que Budapeste fosse cinzenta, mas Budapeste era amarela."


clique para ampliarEssa, a frase que me conquistou por duas vezes, ainda na primeira sessão de Budapeste. Não só pelo amarelo (eu gosto de amarelo), mas, espera lá, o Chico tem uma força tão incrível com as palavras e as imagens que ler um livro seu é de tirar o fôlego. É magiar.

Ta aí mais um enredo banhado -- encharcado! -- em metalinguagem. Ao que parece, todo artista tem paixão por isso, dizer-se em si. E em Budapeste temos uma busca constante pela comunicação perfeita, estando o protagonista aqui, em sua fala natal, ou na capital da Hungria. José Costa, um escritor anônimo, nos é apresentado em sua crescente carreira na qual lhe enche de vaidade estar suas palavras sob a autoria de outra pessoa. É quase como um adultério a profissão de ghost-writter, tão séria que nem na intimidade com Vanda lhe é permitido quebrar o anonimato. Mas acontece de esse mesmo escritor parar um dia, meio que por acaso, em Budapeste. Perdido no labirinto de informações húngaras, a única língua, diz-se, que o diabo respeita, um sentido novo desperta nele; e aprender o húngaro parece ter se tornado a sua nova concubina, um objetivo de vida.

Os dois cenários do livro, Rio de Janeiro e Budapeste, implicam também dois idiomas, duas atmosferas, duas companhias, duas necessidades, enfim, duas vidas distintas. Essa dicotomia é nítida. Mas ainda assim, a trilha de fundo de ambos os momentos é a essência do livro, que é a linguagem. O romance suscita falar e escrever. Mais que qualquer outra necessidade, nosso Zsozé Kósta precisa essencialmente desses dois verbos. Sempre para si próprio, porque sua vaidade não permite também qualquer forma de ambição. E qualquer pessoa sensível às artes é capaz de compreender isso. É um livro que só faz fertilizar qualquer forma de criatividade.

Tudo isso em um estilo encantador. Chico Buarque não escreve, desenha palavras, rubrica emoções e faz despertar o prazer de ser artista. Genial.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Harry Potter and The Deathly Hollows

- - - de _Renata, para o na Vitrine.

Não, eu não vou escrever nada aqui. Sendo eu o primeiro membro do na Vitrine a terminar este livro (há mais ou menos meia hora, e são uma e vinte da manhã), vou escrever uma crítica completa, como se estivesse destinada a este espaço, mas estará realmente no meu Blog, o http://renata-washu.blogspot.com/

Então se você já leu o livro ou não leu e não se importa em saber tuuuuudo que acontece, pode dar uma passada lá, onde mostrarei meu ponto de vista de toda a obra.

Saneamento Básico, o Filme

- - - de Rafael, para o na Vitrine.


Jorge Furtado é sem dúvida um dos maiores diretores do atual cinema nacional. Em sua filmografia estão incluídos os notáveis Ilha das Flores (curta), O Homem que Copiava e Meu Tio Matou um Cara, voltando esse ano às telonas com Saneamento Básico, o Filme, uma ótima comédia com elenco de primeira categoria.

O enredo de Saneamento Básico se passa em uma vila humilde de descendência italiana, conhecida como Linha Cristal. Um lugar onde esgoto corre sem planejamento, causando mau cheiro e doenças. Inconformados, os moradores se reúnem numa assembléia para reivindicar investimento da prefeitura, mas não são exatamente atendidos. Não diretamente. Acontece que a prefeitura não possui verba para a obra de infra-estrutura, mas consta no orçamento uma quantia de dez mil reais para a produção de um filme de ficção que, não sendo rodado, deverá ser devolvido para o governo federal. Ante a situação, Marina (Fernanda Torres), moradora de Linha Cristal, topa o desafio de produzir o filme. Lança-se junto ao marido a desvendar o significado da palavra “ficção”, às dificuldades de construir um roteiro, à pelejar patrocínio... E assim, o filme acaba tratando da feitura de outro filme, por pessoas ignorantes, sim, mas com um objetivo nobre: a busca de dignidade.

Mais uma vez, o diretor amarra todo o filme com uma capacidade invejável de construir diálogos. Muitas são as vezes em que várias personagens, Marina e o marido Joaquim(Wagner Moura), em especial, gritam ao mesmo tempo, numa discussão quase infantil, em que o mais importante é fazer barulho. O que provavelmente não teria um impacto tão estampado se não fosse a atuação magnânima dos atores envolvidos. É técnica puramente cinematográfica, que não caberia em uma novela, por exemplo. É quando J. Furtado dá vida ao seu filme, filme mesmo. A tensão e a distração andam juntas, acompanhando também a ingenuidade que as personagens inspiram.

Outro ponto é a interpretação forçada do elenco do filme a ser rodado. Imagine você, sem nunca ter visto um filme na vida, ou, se já, foram raras as vezes, tendo de atuar para a câmera. Mais, com um roteiro simplório e falas irrisórias. O filme é assaz cômico nesses momentos. Porém, ainda resta ao fundo aquela crítica social: o cinismo dos governantes, a forma dúbia em que é remanejada a verba pública.

Resumindo. É um filme inteligente, engraçado, político, metalingüístico, com atores excelentes e diálogos; excelentes diálogos. Com direito até a mensagem ecológica no final. Filme de primeira.

imagens em http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A Rainha

- - - de Rafael, para o na Vitrine.


Título Original: The Queen
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 97 minutos
Site Oficial: www.thequeen-movie.com
Direção: Stephen Frears


Morre a princesa de Gales, Diana, a lady Di, a princesa do povo. E você pensou que o assunto já estava saturado...

Em A Rainha, um dos filmes mais indicados ao Oscar 2006, nos é dado penetrar a intimidade da família real inglesa quando do acidente. Um filme que acaba por redimir, lógico, artisticamente falando, a frieza a qual a rainha Elizabeth II (Helen Mirren) apresentou ao seu povo, insensível à fatalidade; e, por que não?, por pouco não beatificou o recém-eleito Primeiro-Ministro Tony Blair (Michael Sheen).

Longe de qualquer conotação política, é um filme da vida privada da nobreza. Humano e singular acima de tudo. Não é à toa que A Rainha tenha rendido o Oscar de melhor atriz à H. Mirren. De forma belíssima, a personagem principal toma vida na produção. Uma mulher que parece não existir em seus conceitos e fragilidade. Parece não caber no mundo, quando nasceu rainha e mostra uma estranha simpatia ao ato de votar. Talvez até o quisesse, só por experimentar. E, pasmem, até chora.

Não. Não o vejo como um filme político. Vejo-o como a experiência de uma vida irreal, ou não vivível.

Imperdível.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

- - - de Tereza, para o na Vitrine.

Gênero: Drama
Tempo de Duração: 138 min
Direção: David Yates
O terceiro e o quinto filme da série Harry Potter são os melhores. Por que? Dizem que a maneira mais fácil e eficaz de chamar a atenção do ser humano é através do sexo e da violência. O terceiro filme fala sobre sexo, esse sobre violência. Por que o terceiro ainda é melhor? Bom...

A cena que resume o que é o quinto filme se dá perto do final, quando Dolores Umbridge (Imelda Staunton), sem aviso, sem pensar nas consequencias, com barulho em meio ao silêncio dá um tapa violento em Harry. É isso que David Yates, o quase novato diretor, faz com o espectador, machuca tão rápido que ele mal percebe, mas ainda assim dói.

O filme é político e só por isso já carrega em si a violência. A violência de um governo que manipula cidadãos e a impressa a pensar que a guerra não existe, que tudo não passa de traição, traição à nação, traição à toda uma raça. A negação pode ser a maior das violências e não é por acaso que o Ministro (cargo mais democrático impossível) tem sua foto estampada aos molde de um certo Fuher, só faltando uma suástica para ficar mais claro. Mas Harry Potter é, felizmente, mais sutil que isso.

Até agora foram dois vilões, e ainda nem comecei a falar do Voldemort. E adivinhem, não é tudo mais um plano maléfico para a conquista do mundo, os "mocinhos" fazem mal uns aos outros. O mundo não é mais o que era antigamente.

Voltando a Umbridge, até agora a mais eficaz vilã dos filmes, começa achando que sua influência se dará através do soft power (já viram "O Dia em que o Brasil esteve aqui?") mas perde o controle rapidamente diante da convicção de Harry, uma mentira contada cem vezes se torna uma verdade, mas é mais difícil convencer aqueles que já sofreram demais por causa dela. Sangue mancha a reputação de Hogwarts, finalmente deixando de ser percebida como um refúgio, e não é sangue de batalhas. As palavras são mais fortes do que a espada. Umbridge não é nada burra.

Felizmente Hermione Granger, assumindo posto de segunda protagonista, também não. Acertadamente Yates expande o tempo dela no filme, difícil uma cena em que sua presença, física ou não, não é sentida. Só um personagem complexo como ela compreenderia tudo o que está se passando, e por isso muitas vezes o ponto de vista é o dela, ela observa muito e passa boa parte do filme sentindo e maquinando. Porém como é uma jornada emocional, apenas quando a professora que ela menos respeita é humilhada publicamente resolve tomar uma atitude. A cena é excelente inclusive. Emma é capaz de em alguns segundos demonstrar tudo o que se passa na mente e coração do personagem, sem falar nada. Você quase pode ver a linha de raciocínio e o segue sem grandes problemas. Rebelião é a resposta, quebrar com o sistema que ela tanto ama e tira forças é a melhor saída.

Pode-se argumentar que ela é o cerébro do trio mas aqui ela atua como o coração. Nada deixa de ser racional, mas o que a motiva é o que ela sente, essa vontade de deixar o mundo mais seguro nem que seja as suas custas.

A cena em que o espelho se quebra com a imagem dela refletida diz tudo. Esqueçam aquela antiga Hermione, aquela velha imagem, a nova vai guiar vocês, a nova é uma líder.

Pela primeira vez o filme focaliza na amizade dos três, e talvez por isso pela primeira vez Rony não me irrita. Ele age com um bom amigo que já se acostumou a ser o menos especial da turma e que não se incomoda com isso. As pequenas cenas em que eles estão apenas conversando, coisas importantes ou não, são jóias. A ação fica pra depois, quando Harry finalmente entende que eles estão nisso juntos.

A tensão permeia o tempo todo. É o menos engraçado (e engraçadinho) de todos, a única cena em que eu ri foi a da apresentação da personagem tragicômica Luna Lovegood, não que ela seja uma piada, mas sim porque ela é fodástica demais. Uma sabedoria tão excentrica ficaria ridícula nas mãos de uma atriz menos competente, mas Evanna Lynch dá conta do recado. Ela foi feita para o papel, comparando-se apenas à escalação da Emma, anos antes. Em momento algum perde-se a impressão que ela sabe mais do que todos os outros personagens juntos, até mesmo quando está sendo judiada. Ela já aprendeu a lidar com a violência e daí vem seu charme. Harry tem que aprender dela também.

Não vale muito a pena discorrer sobre Neville e Gina, já que os papéis são mais que secundários. Se eu não tivesse lido os livros provavelmente me perguntaria o que eles estão fazendo quando invadem o ministério, por que eles estão ali. Sejamos francos, os gêmeos tem uma papel mais importante que esses dois.

Quanto ao Harry, acho que concordo com a maioria das escolhas feitas nesse filme. Cortarem as inúmeras crises emo que o rapaz tem no livro e condensa-las em apenas uma foi o melhor caminho, existe assim mais espaço para o crescimento emocional verdadeiro. Finalmente mais confortável no papel de líder (com um empurãozinho de Hermione, é claro) as cenas do DA são uma delícia, se houve algo light foram elas. Mas não devemos esquecer que todas tinham um objetivo maior, defesa, para se defender de Voldemort, mas também para se defender da opressão. Para se defender da violência imposta pelos "mocinhos".

E quando finalmente ele tem que pôr essa defesa a prova, falha na metade do teste. Aprendeu a contornar e evitar a opressão, mas mesmo assim todos seus amigos, seu companheiros de batalha, caem sob jugo inimigo e seus destinos estão em suas mãos. E é hora de fazer a escolha mais difícil, condenar o mundo mágico (e o trouxa) às trevas ou assistir os amores da sua vida serem mortos na sua frente, quando você podia evitar. Harry faz a escolha certa, e mesmo assim paga. Daniel nunca esteve melhor do que na cena do exorcismo, com um gesto, um olhar, ele se torna Voldemort, no outro volta a ser Harry. Novamente, tão rápido e violento que você mal percebe. Você mal respira. E o desfecho é tão desesperançoso que dá vontade de chorar. Chorar pela beleza, não pela tristeza.

Essa é a história básica do filme, mas algumas coisas ainda valem a pena mencionar. Talvez seja confuso entender porque eu afirmei que o terceiro filme é sobre sexo se é nesse que Harry finalmente beija a sem-gracinha Cho Chang. Bom, beijo sem química não significa nada, e se algo falta aos dois é isso. Já a Emma tem química até com um poste então encerro meu caso.

Voldemort é mais assustador quando não está presente, principalmente quando na batalha com Dumbledore fica claro que ele leva certa desvantagem. Gosto mais deles nos sonhos (e que cenas mais lado negro da força são aquelas). Mas eu gosto muito de todo o simbolismo do Voldemort rasgando o poster propagandista de Fudge. Um mau maior.

O filme é pontuado pelo silêncio e pela escuridão, o ritmo é fantástico, sem deixar de ter brincadeiras de câmera e referencias que só enriquecem, esse é um filme de verdade, não apenas uma adaptação de livro. O momento mais barulhento e colorido, protagonizado pelos gêmeos, é logo quebrado pela literal queda de Harry. E que cena é aquela! Sei que câmera lenta é brega, mais funciona tão bem ali! De novo, Emma Watson faz tão bem o papel de protetora.

Saí do filme sem fôlego e com gostinho de quero mais. Esse merece um lugar na estante.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Zuzu Angel

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos mesmos assassinos do meu amado filho"


Título Original: Zuzu Angel
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 110 minutos
Site Oficial: www.zuzuangelofilme.com.br
Direção: Sérgio Rezende


Outra pedida nacional. A história real de uma estilista de moda brasileira que perde o filho para a ditadura militar. Ela, a típica cidadã de classe média; ele, o típico adolescente rebelde e idealista. A dor da perda se torna tão grande para Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel (Patrícia Pillar), que, inconformada com a arbitrariedade e o descaso do Estado, acaba também tentando fazer justiça, denunciando as atrocidades que acometeram seu filho.

O filme tem o mesmo clima de Olga, exatamente o mesmo; inclusive o ar de que poderia ter sido bem melhor, bem mais profundo e menos televisivo. Talvez mais estiloso visualmente, destacando cores fortes. Mas não consigo destacar nada de formidável na adaptação. Apenas a própria história de vida dessa mulher.

Minto: os créditos iniciais são de real beleza estética.

No final, é apenas mais um bom filme da Globo.

sábado, 14 de julho de 2007

Ó Paí, Ó

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"Dê passagem à alegria, nem que seja por um dia."


Título Original: Ó Paí, Ó
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 98 minutos
Site Oficial: www.opaio.com.br
Direção: Monique Gardenberg


Independente de se bom ou ruim, eu não tenho medo em dizer que o estilo de Ó Paí, Ó é uma das coisas mais originais que já pude assistir no cinema brasileiro. E tenho plena noção de que essa inovação pode ter sido apenas causada por incompetência, mas, se a diretora Monique Gardenberg arquitetou propositalmente essa grande confusão, talvez ela seja, simplesmente, gênio.

A primeira sensação pós-filme que me veio foi a de que tinha muito personagem para pouca história. E é verdade. Todos eles, sem exceção, têm participação pífia, e apenas se destacam pela excelente atuação dos atores. O filme faria total sentido se qualquer personagem fosse arbitrariamente retirado. Ponto negativo? Me surpreendi comigo mesmo, concluindo que não; porque o grande protagonista da narrativa é o Pelourinho, com toda sua diversidade humana e contradições sociais. Percebi que o filme não é uma novela, um drama... Não se explorou de forma significativa os conflitos de cada um. Mas, em geral, a crítica foi magnânima ao Carnaval da Bahia. À realidade injusta de um povo cujas necessidades o governo – e a sociedade – vira as costas; mas que todo ano deve sorrir para os estrangeiros. Mostrar o melhor do Brasil, para que tenham o que comer. Destaque, no entanto, para o papel de Dira Paes, Psilene (foto), que volta da Europa depois de um caso com um “gringo” e, ao ser perguntada sobre ele, desconversa. Não nos é dado saber seu real paradeiro, mas ficam claros os motivos que lhe trouxeram de volta para o Brasil.

Dira Paes, interpretando 'Psilene'A trilha sonora do filme é ligeiramente irritante. Com direito à Banda Calypso e tudo o mais. Mas dou o braço a torcer e admito que, nesse caso, os fins justificam os meios.

É o tal filme que os mais demagogos diriam “vender a imagem errada do nosso país, afinal, nos Estados Unidos também existe miséria e violência e eles focalizam as produções limpas”. Bom, é verdade. Mas não quero começar uma discussão política. Estou fazendo uma avaliação estilística, por favor. Só vou pontuar que é um filme de realismo cru e visceral. Quem gosta, gosta. Quem não concorda, paciência.

Também a mim, não foi um filme que disse muito. Não despertou a minha paixão, até por falta de familiaridade com o tema – Timbalada, carnaval... É, não é pra mim. Mas, sem dúvida, marcou.

Ó Paí, Ó não é um filme feito para se perder no esquecimento.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Blood Diamonds (not your blood, of course)

- - - de Renata, para o na Vitrine.




2006
Diretor: Edward Zwick
Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Connelly, Djimon Hounsou









Eu sei que é clichê, mas é assim que quero começar essa postagem:


You think you got problems? Think again.

Tá aí uma coisa que eu gosto em filmes sobre as desgraças africanas. Eles mostram, como mais nada neste mundo, como a sua vida É boa. Sua vida não pode a vir ficar boa. Ou você tem uma boa perspectiva de futuro. É e pronto! E você não tem nenhum argumento bom o suficente para provar o contrário. Eu acabei de não encontrar meu nome na lista de aprovados na UnB. Africanos, todos os dias, não encontram os nomes de seus filhos, pais e mães nas listas de sobreviventes das guerras intermináveis que rolam por lá. Eu posso estar me sentindo uma merda no atual momento, desesperada e infeliz. Isso não é nada. Meu sofrimento não é nada.

Enfim, o filme. A história se passa no país, diga-se de passagem considerado oficialmente o mais pobre do planeta: Serra Leoa. E eu já senti um gostinho de como é ser completamente ignorado exatamente por ser pobre e africano... No meu 2o ano participei da Simulação da ONU, Sinus, e fui Burkina Faso, o 2o mais pobre. Ninguém, ninguém, dava lhufas para o que eu tinha a dizer. Imagina na vida real.

É, é, o filme... Ele pode ser hollywoodiano, com algumas cenas de ação e violência, mas acho que é só assim mesmo que a galera presta atenção, então eu aprovei. Leonardo DiCaprio, que há muito tempo perdeu aquela beleza juvenil para dar espaço a um charme maduro que não me fez ficar de joelhos mas ganhou minha atenção, atuou bem como o mercenário que se conforma (até certo ponto) com a vida manchada que leva. Na verdade, eu simpatizei fortemente com ele. Me lembrou muito meu primo Boban, um sérvio criado em Angola que veio morar aqui no ano passado com meus tios. Boban presenciou muitíssimo de perto as guerras civís (Angola e Iugoslávia) e raramente discutiu comigo sobre o assunto, mas seus comentários sempre ficaram em minha mente.

Djimon Hounsou (maravilhoso, na atuação e na aparência, diga-se de passagem) interpreta não só um pescador com um péssimo destino. Para mim, ele simbolizou a inocência e a esperança que muitos africanos devem sentir todos os dias. Ele tinha fé e não raiva. Talvez seja essa a imagem que os grandes estúdios querem passar para nós, os mais afortunados. Povos negros bondosos e trabalhadores, esperando uma intervenção divina em todo o continente. E sabem de uma coisa? Se algum dia, se Deus quiser, eu estarei circulando dentro desse estúdios e estarei trabalhando nessas imagens, porque eu quero essa intervenção. Eles merecem, já se passou tempo demais.

O pequeno e pouco romântico romance entre os personagens de Leonardo DiCaprio e Jennifer Connelly (uma jornalista que quer fazer a diferença). Eu adorei esse relacionamento. Foi realista e ao mesmo tempo sonhador. A sinceridade que prendia a garganta. Achei belíssimo, mas normalmente ninguém vê o que eu vejo, então podem ignorar esse comentário se quiserem.

Por fim, os diamantes. No final do filme, eu perguntei para a minha mãe, que passava pela sala:

- Esse anel que você me emprestou a mais de quatro anos....

- Aham.

- Aham o que?

- São brilhantes.

- Diamantes?

- É.

Imediatamente eu o arranquei de meu dedo. E foi adeus.

E não se esqueçam: TIA (assistam o filme e vocês vão entender).

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Jô Soares: escritor.

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

O botija mais simpático (leia-se pernóstico) da TV adentrou pelo cerebrino mar da literatura e, pela nobilíssima Companhia das Letras, lançou duas obras primazes.



Acho que me saí bem dando uma de Jô Soares. Quem sabe. Dizem que estilo não se discute...

Independente do vocabulário, eu não diria rebuscado, mas arcaico mesmo, mal-usado e de estrutura repetitiva, O Xangô de Baker Street e O Homem que Matou Getúlio Vargas conseguem, ainda assim, um lugar ao sol. Eu mesmo gostei bastante de ambos. Até cheguei a rir em alguns momentos. Mas, sinceramente, ô carinha enjoado esse Jô!

O Xangô de Baker Street é um delicioso "romance cômico-policial", desenrolado no Rio de Janeiro do século XIX.
Quando um violino Stradivarius é roubado , deixando o imperador dom Pedro II em maus lençóis, sua famosa amiga Sarah Bernhardt o indica um não menos famoso detetive: Sherlock Holmes. Isso mesmo, as lendárias personagens de sir A. Conan Doyle vêm parar em terras tupiniquins para desvendar os crimes do primeiro serial killer da história. Trazendo de forma fictícia-porém-real personalidades como Chiquinha Gonzaga e Olavo Bilac, Jô faz uma reconstrução bastante plausível do passado de nosso país e até das possíveis origens de certas particularidades brasileiras, como a inesperada invenção da caipirinha pelo doutor Watson. A mistura de realidade e ficção caiu muito bem. Além da paródia à literatura policial. No entanto, devido aos motivos expostos acima, o filme é melhor.





Apesar de ser defendido como o livro da maturidade de Jô, O Homem que Matou Getúlio Vargas me parece, porém, ainda mais tolamente rebuscado que O Xangô. Entendam. Eu não tenho problemas com palavras difíceis. Eu tenho problemas com pessoas que se metem a falar difícil sem necessidade. Exemplo: o livro, outra paródia, agora ao estilo bibliográfico, conta as memórias de um anarquista chamado Dimitri Borja Korozec. Certo. Quis o destino que tal protagonista tenha nascido com um indicador a mais em cada mão, logo, o anarquista tem 12 dedos. O nosso amigo Jô, cansado de escrever a palavra "dedo", assim escreveu: "...era causado pelo fato de ele ter doze artelhos." (pág. 169) Quem estiver com dicionários, que não me deixe mentir, porque "artelho" significa podáctilo, ou dedo do pé. Asseguro que a essa parte do livro eu nem lembrava mais dessa peculiar característica. Se ele escrevesse dedo não incomodaria vivalma. Não. Preferiu escrever besteira.
O livro é quase tão divertido quanto o anterior, pelos mesmos motivos. Dimitri é um assassino de tiranos extremamente azarado. Teria sido ele quem quase matou o arquiduque Francisco Ferdinando, o presidente Roosevelt... Além de topar outras personalidades como Marie Curie e Al Capone. Ótima reconstrução épica e engraçado em certos pontos.

Aliás, que o cara é inteligente, disso poucos teriam dúvida. E, no final, eu acredito que o saldo seja positivo. É um livro pra se ler, guardar, e depois, nunca mais. Tenho dito.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado

- - - de Tereza, para o na Vitrine.


Filmes de super-heróis podem cair em várias categoria. Tem os tão bons que superam o gênero (Spiderman 2, Batman Begins), os que são bons dentro do gênero (Constantine, X-Men), os que são tão ruins que são bons (Elektra!), e os que são ruins ponto.
Quarteto Fantástico se enquadra na última. Que filme mais bobo, sem graça, sem carisma, quase dormi no meio. E nem o surfista prateado, que eu adoro, salva o filme. Os vilões são toscos, os heróis mais ainda. E praticamente não tem roteiro. Só um bando de situações que vão acontecendo ou algo assim

Eu nunca gostei muito deles, mas pelo menos o Coisa costumava ser mal-humorado e carregar um toque de perigo no olhar. Aqui ele é mais manso que um cordeirinho, e ainda por cima, está apaixonado. Por uma cega! Por que ela não se importa com a beleza exterior e assim são um casal *especial*. Lindo não? Tá mais pra vomitável.

E que poderes toscos eles tem, o único que é mais legal é o Tocha Humana, mas ele começa a se sentir, adivinha, solitário. Fica melhor de Playboy. E é muito errado o fato que eu queria que ele desse uns pega na Mulher Invisivel, considerando que eles são irmãos? Ando assistindo muito Heroes.

Todos os personagens são unidimensionais e eu acho que eu recebi tantas lições de moral em uma hora e meia capazes de encher um livro de Esopo.

Uma coisa legal do filme todo é a luta do Tocha Humana com o Dr Doom, mas ela acaba mais rápido do que comçou. Nem posso falar que estou decepcionada, não esperava grandes coisas mesmo, mas esse me surpreendeu. Horas da minha vida que eu nunca mais vou recuperar. Só espero que eu não vire uma ladra de identidades por aí.

Oh, well, eventualmente a gente tem que odiar alguma coisa.

TABLADO - seu guia de bolso

- - - de Priscilla, para o na Vitrine.


Eu me lembro de tempos remotos em que eu ia com meus pais ao cinema e saia correndo logo para buscar aqueles folhetinhos de filme. Eu não estava interessada em saber a programação do cinema ou conhecer a história do filme, apenas queria passar o tempo lendo aquelas piadinhas que, no final das contas, eu sempre achava super sem-graça. Pelo que eu via, muita gente fazia isso, não era uma revistinha lá muito útil.

Por acaso, há uns meses folheei uma nova revistinha de cinema que agora se chama "Tablado". Que incrível! Além de bastante organizada, a revista trás não só sinopses de filmes como sugestões de teatros, espetáculos de dança e propagandas super culturais. E o melhor, ela não tem piadinhas, risos (só umas tirinhas que, de vez em quando, até são bem-humoradas).
O Tablado promete: em breve, um portal cultural. Ele já tem um endereço, porém ainda não está em funcionamento. A quem se interessar por dicas de cultura (esse post tá uma metalinguagem danada) está aqui o endereço http://www.tablado.com.br/
Façam bom proveito.

Ratatouille

- - - de Tereza, para o na Vitrine.


Ah, Paris (com sotaque francês), junto com Nova York, é aquela cidade que você ama sem nunca ter visitado. E Ratatouile só instiga essa paixão platônica. Afinal, se até um rato pode se vislumbrar porque com você seria diferente? E se vamos falar de Paris, duas coisas não podem faltar, comida e l´amour.
A Pixar é hiper genial, porque consegue fazer com que a comida que um rato prepara pareça muito apetitosa (dica, não vá ao cinema com fome), utilizando recursos visuais simples e geniais pra ilustrar cheiro e sabor pra gente que só tem o visual e auditivo. Mas não é novidade nenhuma, alguém me explica porque todo filme sobre comida é tão legal.

E como é sobre Paris, esse talvez seja o filme mais sexy de animação por computação que eu já tenha visto, afinal comida é sexy. Sério mesmo, altas insinuações, o que torna tudo muito divertido. Nada que vá traumatizar criancinhas, mas está lá.

A Pixar aprendeu que o que faz um bom filme não são só personagens engraçadinhos (esse é talvez o filme menos engraçado deles) ou uma espetacular técnica de animação (pra filmes de verdade, efeitos especiais), mas sim um bom roteiro. E isso Ratatouile tem de sobra. Se distanciando do método mais tradicional, em que os conflitos inicais vão se resolver só no último ato, o filme tem vários conflitos que vão se resolvendo ao longo da história, ao mesmo tempo em que vai criando outros. A introdução é curtissima e você é jogado na história bem rápido. Esse é um dos diferentes.

Os personagens são carismáticos e não há nenhum vilão óbvio. É ultra-realista, a única coisa mais improvável é que um rato seja tão antropomórfico, mas é uma pequena suspensão de descrédito.

É claro que tem aquelas lições de moral, amizade e família são as coisas mais importantes do mundo e tals, mas só as críticas nem tão sutis aos EUA já compensam. E tem até música francesa na trilha.

Fora os leves toques de feminismo, coisa que a Disney nem sempre consegue retratar.

Bem legal.

domingo, 8 de julho de 2007

O despertar de uma paixão

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

Título Original: The Painted Veil
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 125 minutos
Site Oficial: www.thepaintedveilmovie.com
Direção: John Curran

Sinopse: Um casal se casa pelos motivos errados, indo morar em Xangai logo em seguida. Lá ela o trai e, para se vingar, ele aceita um emprego numa vila remota na China. Com Edward Norton, Naomi Watts e Liev Schreiber.

Eu sei. Com esse título não dá nem para esperar nada do filme. Mas, para começar qualquer tipo de argumento, vou frisar um único fato: O título original é The Painted Veil. Nhó! Mania de brasileiro de estragar o que não devia. Hunf...
bom, o título original também não tem nada a ver com o filme, mas isso é um detalhe apenas.

Independente de títulos, a verdade é que o filme é, no mínimo, fascinante. Mais que um romance, é um tratado sobre a fragilidade humana. O objetivo dele não é mostrar como os protagonistas foram feitos um para o outro, mas justamente o contrário: o amor não precisa que a gente dê certo; a gente é que precisa que o amor dê certo entre nós. Tudo isso dentro de um cenário doído, numa vila isolada na China. Foco da raiva, uma epidemia fatal, onde o doutor Fane leva sua esposa britânica e mimada Kitty, após descobrir sua infidelidade. E, acredite, não é tão vingativo quanto parece.

Na verdade, os Fane são o casal mais adorável por quantidade de defeitos já registrado na minha memória.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Dois Trailers

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

Anota na agenda, porque esses dois prometem:


Saneamento Básico, o filme.




Paris, Je t'aime.

domingo, 1 de julho de 2007

a menina que roubava livros

- - - de Tereza, para o na Vitrine.








Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Título original: The Book Thief
Tradução: Vera Ribeiro




É comum ter dois pés atrás quando se trata de best-sellers, principalmente depois de Código Da Vinci (se você gostou dificilmente vamos nos entender), mas esse vale a pena.
Quase um conto infantil, só a premissa da narradora ser a Morte já é divertida. Afinal, quem é mais gentil, engraçada e imparcial que a Morte? Engana-se quem pensar que o livro é sobre a segunda guerra, ele se passa na guerra, a guerra é importante, mas a verdade é que é tudo uma grande homenagem a qualquer um que acredite que livros podem ser a coisa mais bela e importante da vida.
Esteticamente ele já vale a pena, misturando narrativa tradicional com pequenos, o que, poemas? Conselhos? Provérbios? E ainda encontrando espaço para ilustrações e levando aos extremos de ter um livro dentro de um livro. Fantasia metalinguistica completa.
Acima de tudo o livro apresenta grandes personagens. A protagonista é interessante, inteligente e acima de tudo, alguém que poderia muito bem ser real. Sua família é totalmente adorável e nem me deixe começar a falar sobre os dois homens da sua vida.
Max, um judeu se escondendo é a epitome do sofrimento mas dificilmente você sente pena dele, ele é muito forte pra isso.
E Rudy Steiner, o galante, valente, muitas vezes idiota Rudy, quem poderia recusar um beijo dele? O exemplo da perfeição ariana. Ele também odeia Hitler. Ele ensina que também é possível haver infância e ser feliz até na Alemanha durante a guerra. Que um alemão ariano pode admirar (e imitar) Jesse Owens. É, eu estou meio apaixonada por ele. Você também vai ficar.
É claro que é tudo muito triste. Nas minhas anotações (já fizeram isso? altamente recomendável) eu chorei pela primeira vez na página 37 e porque? Porque alguém morreu? Não, porque eu achei alguma coisa bonita. Chorei de novo na página 189 e finalmente na 226 meu coração se partiu. Mas de um jeito bom.
Inclusive, é um bom livro pra masoquista, já que a Morte, omnisciente conta antes as coisas que vão acontecer. Ou seja, você sofre por antecipação.
O livro não é perfeito, é comercial pra caramba, mas ousa ser diferente quando podia ser só mais um. Deixe-se tocar, faz bem para a alma.






Icky Thump

- - - de Rafael, para o na Vitrine.



Você já deve ter visto esses caras em algum lugar. Uma banda formada por apenas dois integrantes (seriam irmãos, namorados, amigos...?) e que possuem algum tipo de preferência visual exagerada pelo preto, branco e vermelho. Além disso, provavelmente você acha eles muito chatos, apesar de já ter sido acometido pelo riff insistente de baixo em Seven Nation Army. A menos que você seja metido a indie e tenha simplesmente se apaixonado por seus videoclipes exagerados e surreais.

A verdade é que nada disso poderia te preparar para o que viria: Icky Thump, o novo CD do The White Stripes traz influências até então inexistentes em seu trabalho, apelo para o virtuosismo musical de Jack White e fios de cabelo ruivo na baterista de estimação Meg White.

1) Icky Thump
White Americans: / What, nothin' better to do? / Why don't you kick yourself out? / You're an immigrant too.

Esse é o primeiro CD do duo intitulado com o nome de alguma de suas músicas. Icky Thump (uma alusão à expressão de surpresa britânica “ecky thump!”), abre o álbum de forma aparentemente normal, com a típica batida monocórdia de bateria. Entretanto, a guitarra de Jack já traz toques mais sujos e instáveis e a inclusão de sintetizadores estridentes e ágeis fizeram a crítica atribuir a essa nova sonoridade a influência de bandas como Led Zeppelin. Além disso, letra e clip, que nos apresentam um protagonista ianque, imigrante no México, já predizem o que esse CD nos reserva: uma White Stripes dialogando com a música latina! (ver clip)

2) You Don't Know What Love Is (You Just Do As You're Told)

You dont know what love is, / you do as you're told / Just as a child of ten might act / but you're far too old

Com vocação pra hit, essa música de estrutura simples chega a distoar do restante do álbum. Tem seu quê de country e é bem o que se poderia esperar da banda. Mas, apesar de ser uma das minhas favoritas, não acrescenta muito ao CD de forma geral.

3) 300 M.P.H Torrential Outpoor Blues
Will I still have these / 3 Hundred Miles per Hour / Finger Breakings / No Answers / Broken Back / Dirty Cancer / Bee Stung / and Busted Up / Empty Cup / Torrential Outpour Blues

E de repente, um som limpo na guitarra, uma batida leve - quase bossa - e sonoridade que cairia muito bem numa trilha sonora de The Sims. É claro que isso não se mantém por muito tempo. White tem extremo gosto pelo contraste em seus blues. Leve, linda, intensa e doída por vezes, mas simplesmente genial.

4) Conquest
And then in the strange way things happen / The roles were reversed from that day / The hunted became the huntress / The hunter became the prey

A música cover do álbum, de autoria de Corky Robbins, pode parecer bizarra à primeira vista, mas, na minha opinião, é a que melhor resume todo o CD. Em perfeito estilo toreador, Jack White apresenta uma estupenda técnica vocal. Além disso, o toque mariachi de um trompete nos mostra como é sutil o conceito minimalista da banda.

5) Bone Broke
Oh well / I'm broke boke

6) Prickly Thorn, But Sweetly Worn
Singing / Li De Li De Li Oh Oh / Well A Li De Li De Li Oh Oh

Aqui, temos a presença de uma gaita de fole. Definitivamente, essa não é a White Stripes que conhecíamos, é? Sinta-se viajando longos percursos sobre seu alazão, nos vales do velho oeste. Deliciosa.

7) St Andrew (This Battle is in the air)
This battle is in the air / I'm looking upwards / Who is here to greet me?

Continuação psicodélica da última música, "narrada" por Meg White. Uma voz que você juraria pertencer a uma criança.

8) Little Cream Soda
Well every highway that I go down / Seems to be longer than the last one I knew about / Oh Well

9) Rag & Bone
Yeahhh! / A c'mon, c'mon, c'mon, c'mon and give it to me! / Rag and bone, rag and bone / A c'mon, c'mon, c'mon, c'mon and give it to me!

Mais um blues, super engraçado: Os próprios Jack e Meg conversam pela música. Eles teriam chegado em uma antiga mansão e parecem se divertir com o que encontram por lá.

10) I'm Slowly Turning Into You
I'm slowly turning into you / But you don't know this / To be true

11) A Martyr For My Love For You
I could stay awhile / but sooner or later I'll break your smile / And I can tell a joke / but one of these days I'm bound to choke / And we might start to kiss / but I feel like a can't go through with this / And I bet we could build a home / but I know the right thing for me to do / Is to leave you alone

Ótima letra.

12) Catch Hell Blues
If you're looking for hot water / Don't be shocked when you get / Burned a little bit

13) Effect And Cause
Well you can't take the effect / And make it the cause / I didn't rob a bank / Cos you made up the law / Blame me for robbing Peter / Don't you blame Paul! / You can't take the effect / And make it the cause

A música chega a ser dançante e animada. Típica de final de CD, se não fosse White Stripes. O ouvido até estranha, mas logo se acostuma e você pensa: "Afinal, por que não?"

Afinal, Icky Thump é memorável.

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na Vitrine.