segunda-feira, 30 de julho de 2007

Budapeste

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"O Danúbio, pensei, era o Danúbio mas não era azul, era amarelo, a cidade toda era amarela, os telhados, o asfalto, os parques, engraçado isso, uma cidade amarela, eu pensava que Budapeste fosse cinzenta, mas Budapeste era amarela."


clique para ampliarEssa, a frase que me conquistou por duas vezes, ainda na primeira sessão de Budapeste. Não só pelo amarelo (eu gosto de amarelo), mas, espera lá, o Chico tem uma força tão incrível com as palavras e as imagens que ler um livro seu é de tirar o fôlego. É magiar.

Ta aí mais um enredo banhado -- encharcado! -- em metalinguagem. Ao que parece, todo artista tem paixão por isso, dizer-se em si. E em Budapeste temos uma busca constante pela comunicação perfeita, estando o protagonista aqui, em sua fala natal, ou na capital da Hungria. José Costa, um escritor anônimo, nos é apresentado em sua crescente carreira na qual lhe enche de vaidade estar suas palavras sob a autoria de outra pessoa. É quase como um adultério a profissão de ghost-writter, tão séria que nem na intimidade com Vanda lhe é permitido quebrar o anonimato. Mas acontece de esse mesmo escritor parar um dia, meio que por acaso, em Budapeste. Perdido no labirinto de informações húngaras, a única língua, diz-se, que o diabo respeita, um sentido novo desperta nele; e aprender o húngaro parece ter se tornado a sua nova concubina, um objetivo de vida.

Os dois cenários do livro, Rio de Janeiro e Budapeste, implicam também dois idiomas, duas atmosferas, duas companhias, duas necessidades, enfim, duas vidas distintas. Essa dicotomia é nítida. Mas ainda assim, a trilha de fundo de ambos os momentos é a essência do livro, que é a linguagem. O romance suscita falar e escrever. Mais que qualquer outra necessidade, nosso Zsozé Kósta precisa essencialmente desses dois verbos. Sempre para si próprio, porque sua vaidade não permite também qualquer forma de ambição. E qualquer pessoa sensível às artes é capaz de compreender isso. É um livro que só faz fertilizar qualquer forma de criatividade.

Tudo isso em um estilo encantador. Chico Buarque não escreve, desenha palavras, rubrica emoções e faz despertar o prazer de ser artista. Genial.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Harry Potter and The Deathly Hollows

- - - de _Renata, para o na Vitrine.

Não, eu não vou escrever nada aqui. Sendo eu o primeiro membro do na Vitrine a terminar este livro (há mais ou menos meia hora, e são uma e vinte da manhã), vou escrever uma crítica completa, como se estivesse destinada a este espaço, mas estará realmente no meu Blog, o http://renata-washu.blogspot.com/

Então se você já leu o livro ou não leu e não se importa em saber tuuuuudo que acontece, pode dar uma passada lá, onde mostrarei meu ponto de vista de toda a obra.

Saneamento Básico, o Filme

- - - de Rafael, para o na Vitrine.


Jorge Furtado é sem dúvida um dos maiores diretores do atual cinema nacional. Em sua filmografia estão incluídos os notáveis Ilha das Flores (curta), O Homem que Copiava e Meu Tio Matou um Cara, voltando esse ano às telonas com Saneamento Básico, o Filme, uma ótima comédia com elenco de primeira categoria.

O enredo de Saneamento Básico se passa em uma vila humilde de descendência italiana, conhecida como Linha Cristal. Um lugar onde esgoto corre sem planejamento, causando mau cheiro e doenças. Inconformados, os moradores se reúnem numa assembléia para reivindicar investimento da prefeitura, mas não são exatamente atendidos. Não diretamente. Acontece que a prefeitura não possui verba para a obra de infra-estrutura, mas consta no orçamento uma quantia de dez mil reais para a produção de um filme de ficção que, não sendo rodado, deverá ser devolvido para o governo federal. Ante a situação, Marina (Fernanda Torres), moradora de Linha Cristal, topa o desafio de produzir o filme. Lança-se junto ao marido a desvendar o significado da palavra “ficção”, às dificuldades de construir um roteiro, à pelejar patrocínio... E assim, o filme acaba tratando da feitura de outro filme, por pessoas ignorantes, sim, mas com um objetivo nobre: a busca de dignidade.

Mais uma vez, o diretor amarra todo o filme com uma capacidade invejável de construir diálogos. Muitas são as vezes em que várias personagens, Marina e o marido Joaquim(Wagner Moura), em especial, gritam ao mesmo tempo, numa discussão quase infantil, em que o mais importante é fazer barulho. O que provavelmente não teria um impacto tão estampado se não fosse a atuação magnânima dos atores envolvidos. É técnica puramente cinematográfica, que não caberia em uma novela, por exemplo. É quando J. Furtado dá vida ao seu filme, filme mesmo. A tensão e a distração andam juntas, acompanhando também a ingenuidade que as personagens inspiram.

Outro ponto é a interpretação forçada do elenco do filme a ser rodado. Imagine você, sem nunca ter visto um filme na vida, ou, se já, foram raras as vezes, tendo de atuar para a câmera. Mais, com um roteiro simplório e falas irrisórias. O filme é assaz cômico nesses momentos. Porém, ainda resta ao fundo aquela crítica social: o cinismo dos governantes, a forma dúbia em que é remanejada a verba pública.

Resumindo. É um filme inteligente, engraçado, político, metalingüístico, com atores excelentes e diálogos; excelentes diálogos. Com direito até a mensagem ecológica no final. Filme de primeira.

imagens em http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A Rainha

- - - de Rafael, para o na Vitrine.


Título Original: The Queen
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 97 minutos
Site Oficial: www.thequeen-movie.com
Direção: Stephen Frears


Morre a princesa de Gales, Diana, a lady Di, a princesa do povo. E você pensou que o assunto já estava saturado...

Em A Rainha, um dos filmes mais indicados ao Oscar 2006, nos é dado penetrar a intimidade da família real inglesa quando do acidente. Um filme que acaba por redimir, lógico, artisticamente falando, a frieza a qual a rainha Elizabeth II (Helen Mirren) apresentou ao seu povo, insensível à fatalidade; e, por que não?, por pouco não beatificou o recém-eleito Primeiro-Ministro Tony Blair (Michael Sheen).

Longe de qualquer conotação política, é um filme da vida privada da nobreza. Humano e singular acima de tudo. Não é à toa que A Rainha tenha rendido o Oscar de melhor atriz à H. Mirren. De forma belíssima, a personagem principal toma vida na produção. Uma mulher que parece não existir em seus conceitos e fragilidade. Parece não caber no mundo, quando nasceu rainha e mostra uma estranha simpatia ao ato de votar. Talvez até o quisesse, só por experimentar. E, pasmem, até chora.

Não. Não o vejo como um filme político. Vejo-o como a experiência de uma vida irreal, ou não vivível.

Imperdível.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

- - - de Tereza, para o na Vitrine.

Gênero: Drama
Tempo de Duração: 138 min
Direção: David Yates
O terceiro e o quinto filme da série Harry Potter são os melhores. Por que? Dizem que a maneira mais fácil e eficaz de chamar a atenção do ser humano é através do sexo e da violência. O terceiro filme fala sobre sexo, esse sobre violência. Por que o terceiro ainda é melhor? Bom...

A cena que resume o que é o quinto filme se dá perto do final, quando Dolores Umbridge (Imelda Staunton), sem aviso, sem pensar nas consequencias, com barulho em meio ao silêncio dá um tapa violento em Harry. É isso que David Yates, o quase novato diretor, faz com o espectador, machuca tão rápido que ele mal percebe, mas ainda assim dói.

O filme é político e só por isso já carrega em si a violência. A violência de um governo que manipula cidadãos e a impressa a pensar que a guerra não existe, que tudo não passa de traição, traição à nação, traição à toda uma raça. A negação pode ser a maior das violências e não é por acaso que o Ministro (cargo mais democrático impossível) tem sua foto estampada aos molde de um certo Fuher, só faltando uma suástica para ficar mais claro. Mas Harry Potter é, felizmente, mais sutil que isso.

Até agora foram dois vilões, e ainda nem comecei a falar do Voldemort. E adivinhem, não é tudo mais um plano maléfico para a conquista do mundo, os "mocinhos" fazem mal uns aos outros. O mundo não é mais o que era antigamente.

Voltando a Umbridge, até agora a mais eficaz vilã dos filmes, começa achando que sua influência se dará através do soft power (já viram "O Dia em que o Brasil esteve aqui?") mas perde o controle rapidamente diante da convicção de Harry, uma mentira contada cem vezes se torna uma verdade, mas é mais difícil convencer aqueles que já sofreram demais por causa dela. Sangue mancha a reputação de Hogwarts, finalmente deixando de ser percebida como um refúgio, e não é sangue de batalhas. As palavras são mais fortes do que a espada. Umbridge não é nada burra.

Felizmente Hermione Granger, assumindo posto de segunda protagonista, também não. Acertadamente Yates expande o tempo dela no filme, difícil uma cena em que sua presença, física ou não, não é sentida. Só um personagem complexo como ela compreenderia tudo o que está se passando, e por isso muitas vezes o ponto de vista é o dela, ela observa muito e passa boa parte do filme sentindo e maquinando. Porém como é uma jornada emocional, apenas quando a professora que ela menos respeita é humilhada publicamente resolve tomar uma atitude. A cena é excelente inclusive. Emma é capaz de em alguns segundos demonstrar tudo o que se passa na mente e coração do personagem, sem falar nada. Você quase pode ver a linha de raciocínio e o segue sem grandes problemas. Rebelião é a resposta, quebrar com o sistema que ela tanto ama e tira forças é a melhor saída.

Pode-se argumentar que ela é o cerébro do trio mas aqui ela atua como o coração. Nada deixa de ser racional, mas o que a motiva é o que ela sente, essa vontade de deixar o mundo mais seguro nem que seja as suas custas.

A cena em que o espelho se quebra com a imagem dela refletida diz tudo. Esqueçam aquela antiga Hermione, aquela velha imagem, a nova vai guiar vocês, a nova é uma líder.

Pela primeira vez o filme focaliza na amizade dos três, e talvez por isso pela primeira vez Rony não me irrita. Ele age com um bom amigo que já se acostumou a ser o menos especial da turma e que não se incomoda com isso. As pequenas cenas em que eles estão apenas conversando, coisas importantes ou não, são jóias. A ação fica pra depois, quando Harry finalmente entende que eles estão nisso juntos.

A tensão permeia o tempo todo. É o menos engraçado (e engraçadinho) de todos, a única cena em que eu ri foi a da apresentação da personagem tragicômica Luna Lovegood, não que ela seja uma piada, mas sim porque ela é fodástica demais. Uma sabedoria tão excentrica ficaria ridícula nas mãos de uma atriz menos competente, mas Evanna Lynch dá conta do recado. Ela foi feita para o papel, comparando-se apenas à escalação da Emma, anos antes. Em momento algum perde-se a impressão que ela sabe mais do que todos os outros personagens juntos, até mesmo quando está sendo judiada. Ela já aprendeu a lidar com a violência e daí vem seu charme. Harry tem que aprender dela também.

Não vale muito a pena discorrer sobre Neville e Gina, já que os papéis são mais que secundários. Se eu não tivesse lido os livros provavelmente me perguntaria o que eles estão fazendo quando invadem o ministério, por que eles estão ali. Sejamos francos, os gêmeos tem uma papel mais importante que esses dois.

Quanto ao Harry, acho que concordo com a maioria das escolhas feitas nesse filme. Cortarem as inúmeras crises emo que o rapaz tem no livro e condensa-las em apenas uma foi o melhor caminho, existe assim mais espaço para o crescimento emocional verdadeiro. Finalmente mais confortável no papel de líder (com um empurãozinho de Hermione, é claro) as cenas do DA são uma delícia, se houve algo light foram elas. Mas não devemos esquecer que todas tinham um objetivo maior, defesa, para se defender de Voldemort, mas também para se defender da opressão. Para se defender da violência imposta pelos "mocinhos".

E quando finalmente ele tem que pôr essa defesa a prova, falha na metade do teste. Aprendeu a contornar e evitar a opressão, mas mesmo assim todos seus amigos, seu companheiros de batalha, caem sob jugo inimigo e seus destinos estão em suas mãos. E é hora de fazer a escolha mais difícil, condenar o mundo mágico (e o trouxa) às trevas ou assistir os amores da sua vida serem mortos na sua frente, quando você podia evitar. Harry faz a escolha certa, e mesmo assim paga. Daniel nunca esteve melhor do que na cena do exorcismo, com um gesto, um olhar, ele se torna Voldemort, no outro volta a ser Harry. Novamente, tão rápido e violento que você mal percebe. Você mal respira. E o desfecho é tão desesperançoso que dá vontade de chorar. Chorar pela beleza, não pela tristeza.

Essa é a história básica do filme, mas algumas coisas ainda valem a pena mencionar. Talvez seja confuso entender porque eu afirmei que o terceiro filme é sobre sexo se é nesse que Harry finalmente beija a sem-gracinha Cho Chang. Bom, beijo sem química não significa nada, e se algo falta aos dois é isso. Já a Emma tem química até com um poste então encerro meu caso.

Voldemort é mais assustador quando não está presente, principalmente quando na batalha com Dumbledore fica claro que ele leva certa desvantagem. Gosto mais deles nos sonhos (e que cenas mais lado negro da força são aquelas). Mas eu gosto muito de todo o simbolismo do Voldemort rasgando o poster propagandista de Fudge. Um mau maior.

O filme é pontuado pelo silêncio e pela escuridão, o ritmo é fantástico, sem deixar de ter brincadeiras de câmera e referencias que só enriquecem, esse é um filme de verdade, não apenas uma adaptação de livro. O momento mais barulhento e colorido, protagonizado pelos gêmeos, é logo quebrado pela literal queda de Harry. E que cena é aquela! Sei que câmera lenta é brega, mais funciona tão bem ali! De novo, Emma Watson faz tão bem o papel de protetora.

Saí do filme sem fôlego e com gostinho de quero mais. Esse merece um lugar na estante.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Zuzu Angel

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos mesmos assassinos do meu amado filho"


Título Original: Zuzu Angel
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 110 minutos
Site Oficial: www.zuzuangelofilme.com.br
Direção: Sérgio Rezende


Outra pedida nacional. A história real de uma estilista de moda brasileira que perde o filho para a ditadura militar. Ela, a típica cidadã de classe média; ele, o típico adolescente rebelde e idealista. A dor da perda se torna tão grande para Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel (Patrícia Pillar), que, inconformada com a arbitrariedade e o descaso do Estado, acaba também tentando fazer justiça, denunciando as atrocidades que acometeram seu filho.

O filme tem o mesmo clima de Olga, exatamente o mesmo; inclusive o ar de que poderia ter sido bem melhor, bem mais profundo e menos televisivo. Talvez mais estiloso visualmente, destacando cores fortes. Mas não consigo destacar nada de formidável na adaptação. Apenas a própria história de vida dessa mulher.

Minto: os créditos iniciais são de real beleza estética.

No final, é apenas mais um bom filme da Globo.

sábado, 14 de julho de 2007

Ó Paí, Ó

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

"Dê passagem à alegria, nem que seja por um dia."


Título Original: Ó Paí, Ó
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 98 minutos
Site Oficial: www.opaio.com.br
Direção: Monique Gardenberg


Independente de se bom ou ruim, eu não tenho medo em dizer que o estilo de Ó Paí, Ó é uma das coisas mais originais que já pude assistir no cinema brasileiro. E tenho plena noção de que essa inovação pode ter sido apenas causada por incompetência, mas, se a diretora Monique Gardenberg arquitetou propositalmente essa grande confusão, talvez ela seja, simplesmente, gênio.

A primeira sensação pós-filme que me veio foi a de que tinha muito personagem para pouca história. E é verdade. Todos eles, sem exceção, têm participação pífia, e apenas se destacam pela excelente atuação dos atores. O filme faria total sentido se qualquer personagem fosse arbitrariamente retirado. Ponto negativo? Me surpreendi comigo mesmo, concluindo que não; porque o grande protagonista da narrativa é o Pelourinho, com toda sua diversidade humana e contradições sociais. Percebi que o filme não é uma novela, um drama... Não se explorou de forma significativa os conflitos de cada um. Mas, em geral, a crítica foi magnânima ao Carnaval da Bahia. À realidade injusta de um povo cujas necessidades o governo – e a sociedade – vira as costas; mas que todo ano deve sorrir para os estrangeiros. Mostrar o melhor do Brasil, para que tenham o que comer. Destaque, no entanto, para o papel de Dira Paes, Psilene (foto), que volta da Europa depois de um caso com um “gringo” e, ao ser perguntada sobre ele, desconversa. Não nos é dado saber seu real paradeiro, mas ficam claros os motivos que lhe trouxeram de volta para o Brasil.

Dira Paes, interpretando 'Psilene'A trilha sonora do filme é ligeiramente irritante. Com direito à Banda Calypso e tudo o mais. Mas dou o braço a torcer e admito que, nesse caso, os fins justificam os meios.

É o tal filme que os mais demagogos diriam “vender a imagem errada do nosso país, afinal, nos Estados Unidos também existe miséria e violência e eles focalizam as produções limpas”. Bom, é verdade. Mas não quero começar uma discussão política. Estou fazendo uma avaliação estilística, por favor. Só vou pontuar que é um filme de realismo cru e visceral. Quem gosta, gosta. Quem não concorda, paciência.

Também a mim, não foi um filme que disse muito. Não despertou a minha paixão, até por falta de familiaridade com o tema – Timbalada, carnaval... É, não é pra mim. Mas, sem dúvida, marcou.

Ó Paí, Ó não é um filme feito para se perder no esquecimento.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Blood Diamonds (not your blood, of course)

- - - de Renata, para o na Vitrine.




2006
Diretor: Edward Zwick
Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Connelly, Djimon Hounsou









Eu sei que é clichê, mas é assim que quero começar essa postagem:


You think you got problems? Think again.

Tá aí uma coisa que eu gosto em filmes sobre as desgraças africanas. Eles mostram, como mais nada neste mundo, como a sua vida É boa. Sua vida não pode a vir ficar boa. Ou você tem uma boa perspectiva de futuro. É e pronto! E você não tem nenhum argumento bom o suficente para provar o contrário. Eu acabei de não encontrar meu nome na lista de aprovados na UnB. Africanos, todos os dias, não encontram os nomes de seus filhos, pais e mães nas listas de sobreviventes das guerras intermináveis que rolam por lá. Eu posso estar me sentindo uma merda no atual momento, desesperada e infeliz. Isso não é nada. Meu sofrimento não é nada.

Enfim, o filme. A história se passa no país, diga-se de passagem considerado oficialmente o mais pobre do planeta: Serra Leoa. E eu já senti um gostinho de como é ser completamente ignorado exatamente por ser pobre e africano... No meu 2o ano participei da Simulação da ONU, Sinus, e fui Burkina Faso, o 2o mais pobre. Ninguém, ninguém, dava lhufas para o que eu tinha a dizer. Imagina na vida real.

É, é, o filme... Ele pode ser hollywoodiano, com algumas cenas de ação e violência, mas acho que é só assim mesmo que a galera presta atenção, então eu aprovei. Leonardo DiCaprio, que há muito tempo perdeu aquela beleza juvenil para dar espaço a um charme maduro que não me fez ficar de joelhos mas ganhou minha atenção, atuou bem como o mercenário que se conforma (até certo ponto) com a vida manchada que leva. Na verdade, eu simpatizei fortemente com ele. Me lembrou muito meu primo Boban, um sérvio criado em Angola que veio morar aqui no ano passado com meus tios. Boban presenciou muitíssimo de perto as guerras civís (Angola e Iugoslávia) e raramente discutiu comigo sobre o assunto, mas seus comentários sempre ficaram em minha mente.

Djimon Hounsou (maravilhoso, na atuação e na aparência, diga-se de passagem) interpreta não só um pescador com um péssimo destino. Para mim, ele simbolizou a inocência e a esperança que muitos africanos devem sentir todos os dias. Ele tinha fé e não raiva. Talvez seja essa a imagem que os grandes estúdios querem passar para nós, os mais afortunados. Povos negros bondosos e trabalhadores, esperando uma intervenção divina em todo o continente. E sabem de uma coisa? Se algum dia, se Deus quiser, eu estarei circulando dentro desse estúdios e estarei trabalhando nessas imagens, porque eu quero essa intervenção. Eles merecem, já se passou tempo demais.

O pequeno e pouco romântico romance entre os personagens de Leonardo DiCaprio e Jennifer Connelly (uma jornalista que quer fazer a diferença). Eu adorei esse relacionamento. Foi realista e ao mesmo tempo sonhador. A sinceridade que prendia a garganta. Achei belíssimo, mas normalmente ninguém vê o que eu vejo, então podem ignorar esse comentário se quiserem.

Por fim, os diamantes. No final do filme, eu perguntei para a minha mãe, que passava pela sala:

- Esse anel que você me emprestou a mais de quatro anos....

- Aham.

- Aham o que?

- São brilhantes.

- Diamantes?

- É.

Imediatamente eu o arranquei de meu dedo. E foi adeus.

E não se esqueçam: TIA (assistam o filme e vocês vão entender).

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Jô Soares: escritor.

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

O botija mais simpático (leia-se pernóstico) da TV adentrou pelo cerebrino mar da literatura e, pela nobilíssima Companhia das Letras, lançou duas obras primazes.



Acho que me saí bem dando uma de Jô Soares. Quem sabe. Dizem que estilo não se discute...

Independente do vocabulário, eu não diria rebuscado, mas arcaico mesmo, mal-usado e de estrutura repetitiva, O Xangô de Baker Street e O Homem que Matou Getúlio Vargas conseguem, ainda assim, um lugar ao sol. Eu mesmo gostei bastante de ambos. Até cheguei a rir em alguns momentos. Mas, sinceramente, ô carinha enjoado esse Jô!

O Xangô de Baker Street é um delicioso "romance cômico-policial", desenrolado no Rio de Janeiro do século XIX.
Quando um violino Stradivarius é roubado , deixando o imperador dom Pedro II em maus lençóis, sua famosa amiga Sarah Bernhardt o indica um não menos famoso detetive: Sherlock Holmes. Isso mesmo, as lendárias personagens de sir A. Conan Doyle vêm parar em terras tupiniquins para desvendar os crimes do primeiro serial killer da história. Trazendo de forma fictícia-porém-real personalidades como Chiquinha Gonzaga e Olavo Bilac, Jô faz uma reconstrução bastante plausível do passado de nosso país e até das possíveis origens de certas particularidades brasileiras, como a inesperada invenção da caipirinha pelo doutor Watson. A mistura de realidade e ficção caiu muito bem. Além da paródia à literatura policial. No entanto, devido aos motivos expostos acima, o filme é melhor.





Apesar de ser defendido como o livro da maturidade de Jô, O Homem que Matou Getúlio Vargas me parece, porém, ainda mais tolamente rebuscado que O Xangô. Entendam. Eu não tenho problemas com palavras difíceis. Eu tenho problemas com pessoas que se metem a falar difícil sem necessidade. Exemplo: o livro, outra paródia, agora ao estilo bibliográfico, conta as memórias de um anarquista chamado Dimitri Borja Korozec. Certo. Quis o destino que tal protagonista tenha nascido com um indicador a mais em cada mão, logo, o anarquista tem 12 dedos. O nosso amigo Jô, cansado de escrever a palavra "dedo", assim escreveu: "...era causado pelo fato de ele ter doze artelhos." (pág. 169) Quem estiver com dicionários, que não me deixe mentir, porque "artelho" significa podáctilo, ou dedo do pé. Asseguro que a essa parte do livro eu nem lembrava mais dessa peculiar característica. Se ele escrevesse dedo não incomodaria vivalma. Não. Preferiu escrever besteira.
O livro é quase tão divertido quanto o anterior, pelos mesmos motivos. Dimitri é um assassino de tiranos extremamente azarado. Teria sido ele quem quase matou o arquiduque Francisco Ferdinando, o presidente Roosevelt... Além de topar outras personalidades como Marie Curie e Al Capone. Ótima reconstrução épica e engraçado em certos pontos.

Aliás, que o cara é inteligente, disso poucos teriam dúvida. E, no final, eu acredito que o saldo seja positivo. É um livro pra se ler, guardar, e depois, nunca mais. Tenho dito.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado

- - - de Tereza, para o na Vitrine.


Filmes de super-heróis podem cair em várias categoria. Tem os tão bons que superam o gênero (Spiderman 2, Batman Begins), os que são bons dentro do gênero (Constantine, X-Men), os que são tão ruins que são bons (Elektra!), e os que são ruins ponto.
Quarteto Fantástico se enquadra na última. Que filme mais bobo, sem graça, sem carisma, quase dormi no meio. E nem o surfista prateado, que eu adoro, salva o filme. Os vilões são toscos, os heróis mais ainda. E praticamente não tem roteiro. Só um bando de situações que vão acontecendo ou algo assim

Eu nunca gostei muito deles, mas pelo menos o Coisa costumava ser mal-humorado e carregar um toque de perigo no olhar. Aqui ele é mais manso que um cordeirinho, e ainda por cima, está apaixonado. Por uma cega! Por que ela não se importa com a beleza exterior e assim são um casal *especial*. Lindo não? Tá mais pra vomitável.

E que poderes toscos eles tem, o único que é mais legal é o Tocha Humana, mas ele começa a se sentir, adivinha, solitário. Fica melhor de Playboy. E é muito errado o fato que eu queria que ele desse uns pega na Mulher Invisivel, considerando que eles são irmãos? Ando assistindo muito Heroes.

Todos os personagens são unidimensionais e eu acho que eu recebi tantas lições de moral em uma hora e meia capazes de encher um livro de Esopo.

Uma coisa legal do filme todo é a luta do Tocha Humana com o Dr Doom, mas ela acaba mais rápido do que comçou. Nem posso falar que estou decepcionada, não esperava grandes coisas mesmo, mas esse me surpreendeu. Horas da minha vida que eu nunca mais vou recuperar. Só espero que eu não vire uma ladra de identidades por aí.

Oh, well, eventualmente a gente tem que odiar alguma coisa.

TABLADO - seu guia de bolso

- - - de Priscilla, para o na Vitrine.


Eu me lembro de tempos remotos em que eu ia com meus pais ao cinema e saia correndo logo para buscar aqueles folhetinhos de filme. Eu não estava interessada em saber a programação do cinema ou conhecer a história do filme, apenas queria passar o tempo lendo aquelas piadinhas que, no final das contas, eu sempre achava super sem-graça. Pelo que eu via, muita gente fazia isso, não era uma revistinha lá muito útil.

Por acaso, há uns meses folheei uma nova revistinha de cinema que agora se chama "Tablado". Que incrível! Além de bastante organizada, a revista trás não só sinopses de filmes como sugestões de teatros, espetáculos de dança e propagandas super culturais. E o melhor, ela não tem piadinhas, risos (só umas tirinhas que, de vez em quando, até são bem-humoradas).
O Tablado promete: em breve, um portal cultural. Ele já tem um endereço, porém ainda não está em funcionamento. A quem se interessar por dicas de cultura (esse post tá uma metalinguagem danada) está aqui o endereço http://www.tablado.com.br/
Façam bom proveito.

Ratatouille

- - - de Tereza, para o na Vitrine.


Ah, Paris (com sotaque francês), junto com Nova York, é aquela cidade que você ama sem nunca ter visitado. E Ratatouile só instiga essa paixão platônica. Afinal, se até um rato pode se vislumbrar porque com você seria diferente? E se vamos falar de Paris, duas coisas não podem faltar, comida e l´amour.
A Pixar é hiper genial, porque consegue fazer com que a comida que um rato prepara pareça muito apetitosa (dica, não vá ao cinema com fome), utilizando recursos visuais simples e geniais pra ilustrar cheiro e sabor pra gente que só tem o visual e auditivo. Mas não é novidade nenhuma, alguém me explica porque todo filme sobre comida é tão legal.

E como é sobre Paris, esse talvez seja o filme mais sexy de animação por computação que eu já tenha visto, afinal comida é sexy. Sério mesmo, altas insinuações, o que torna tudo muito divertido. Nada que vá traumatizar criancinhas, mas está lá.

A Pixar aprendeu que o que faz um bom filme não são só personagens engraçadinhos (esse é talvez o filme menos engraçado deles) ou uma espetacular técnica de animação (pra filmes de verdade, efeitos especiais), mas sim um bom roteiro. E isso Ratatouile tem de sobra. Se distanciando do método mais tradicional, em que os conflitos inicais vão se resolver só no último ato, o filme tem vários conflitos que vão se resolvendo ao longo da história, ao mesmo tempo em que vai criando outros. A introdução é curtissima e você é jogado na história bem rápido. Esse é um dos diferentes.

Os personagens são carismáticos e não há nenhum vilão óbvio. É ultra-realista, a única coisa mais improvável é que um rato seja tão antropomórfico, mas é uma pequena suspensão de descrédito.

É claro que tem aquelas lições de moral, amizade e família são as coisas mais importantes do mundo e tals, mas só as críticas nem tão sutis aos EUA já compensam. E tem até música francesa na trilha.

Fora os leves toques de feminismo, coisa que a Disney nem sempre consegue retratar.

Bem legal.

domingo, 8 de julho de 2007

O despertar de uma paixão

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

Título Original: The Painted Veil
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 125 minutos
Site Oficial: www.thepaintedveilmovie.com
Direção: John Curran

Sinopse: Um casal se casa pelos motivos errados, indo morar em Xangai logo em seguida. Lá ela o trai e, para se vingar, ele aceita um emprego numa vila remota na China. Com Edward Norton, Naomi Watts e Liev Schreiber.

Eu sei. Com esse título não dá nem para esperar nada do filme. Mas, para começar qualquer tipo de argumento, vou frisar um único fato: O título original é The Painted Veil. Nhó! Mania de brasileiro de estragar o que não devia. Hunf...
bom, o título original também não tem nada a ver com o filme, mas isso é um detalhe apenas.

Independente de títulos, a verdade é que o filme é, no mínimo, fascinante. Mais que um romance, é um tratado sobre a fragilidade humana. O objetivo dele não é mostrar como os protagonistas foram feitos um para o outro, mas justamente o contrário: o amor não precisa que a gente dê certo; a gente é que precisa que o amor dê certo entre nós. Tudo isso dentro de um cenário doído, numa vila isolada na China. Foco da raiva, uma epidemia fatal, onde o doutor Fane leva sua esposa britânica e mimada Kitty, após descobrir sua infidelidade. E, acredite, não é tão vingativo quanto parece.

Na verdade, os Fane são o casal mais adorável por quantidade de defeitos já registrado na minha memória.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Dois Trailers

- - - de Rafael, para o na Vitrine.

Anota na agenda, porque esses dois prometem:


Saneamento Básico, o filme.




Paris, Je t'aime.

domingo, 1 de julho de 2007

a menina que roubava livros

- - - de Tereza, para o na Vitrine.








Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Título original: The Book Thief
Tradução: Vera Ribeiro




É comum ter dois pés atrás quando se trata de best-sellers, principalmente depois de Código Da Vinci (se você gostou dificilmente vamos nos entender), mas esse vale a pena.
Quase um conto infantil, só a premissa da narradora ser a Morte já é divertida. Afinal, quem é mais gentil, engraçada e imparcial que a Morte? Engana-se quem pensar que o livro é sobre a segunda guerra, ele se passa na guerra, a guerra é importante, mas a verdade é que é tudo uma grande homenagem a qualquer um que acredite que livros podem ser a coisa mais bela e importante da vida.
Esteticamente ele já vale a pena, misturando narrativa tradicional com pequenos, o que, poemas? Conselhos? Provérbios? E ainda encontrando espaço para ilustrações e levando aos extremos de ter um livro dentro de um livro. Fantasia metalinguistica completa.
Acima de tudo o livro apresenta grandes personagens. A protagonista é interessante, inteligente e acima de tudo, alguém que poderia muito bem ser real. Sua família é totalmente adorável e nem me deixe começar a falar sobre os dois homens da sua vida.
Max, um judeu se escondendo é a epitome do sofrimento mas dificilmente você sente pena dele, ele é muito forte pra isso.
E Rudy Steiner, o galante, valente, muitas vezes idiota Rudy, quem poderia recusar um beijo dele? O exemplo da perfeição ariana. Ele também odeia Hitler. Ele ensina que também é possível haver infância e ser feliz até na Alemanha durante a guerra. Que um alemão ariano pode admirar (e imitar) Jesse Owens. É, eu estou meio apaixonada por ele. Você também vai ficar.
É claro que é tudo muito triste. Nas minhas anotações (já fizeram isso? altamente recomendável) eu chorei pela primeira vez na página 37 e porque? Porque alguém morreu? Não, porque eu achei alguma coisa bonita. Chorei de novo na página 189 e finalmente na 226 meu coração se partiu. Mas de um jeito bom.
Inclusive, é um bom livro pra masoquista, já que a Morte, omnisciente conta antes as coisas que vão acontecer. Ou seja, você sofre por antecipação.
O livro não é perfeito, é comercial pra caramba, mas ousa ser diferente quando podia ser só mais um. Deixe-se tocar, faz bem para a alma.






Icky Thump

- - - de Rafael, para o na Vitrine.



Você já deve ter visto esses caras em algum lugar. Uma banda formada por apenas dois integrantes (seriam irmãos, namorados, amigos...?) e que possuem algum tipo de preferência visual exagerada pelo preto, branco e vermelho. Além disso, provavelmente você acha eles muito chatos, apesar de já ter sido acometido pelo riff insistente de baixo em Seven Nation Army. A menos que você seja metido a indie e tenha simplesmente se apaixonado por seus videoclipes exagerados e surreais.

A verdade é que nada disso poderia te preparar para o que viria: Icky Thump, o novo CD do The White Stripes traz influências até então inexistentes em seu trabalho, apelo para o virtuosismo musical de Jack White e fios de cabelo ruivo na baterista de estimação Meg White.

1) Icky Thump
White Americans: / What, nothin' better to do? / Why don't you kick yourself out? / You're an immigrant too.

Esse é o primeiro CD do duo intitulado com o nome de alguma de suas músicas. Icky Thump (uma alusão à expressão de surpresa britânica “ecky thump!”), abre o álbum de forma aparentemente normal, com a típica batida monocórdia de bateria. Entretanto, a guitarra de Jack já traz toques mais sujos e instáveis e a inclusão de sintetizadores estridentes e ágeis fizeram a crítica atribuir a essa nova sonoridade a influência de bandas como Led Zeppelin. Além disso, letra e clip, que nos apresentam um protagonista ianque, imigrante no México, já predizem o que esse CD nos reserva: uma White Stripes dialogando com a música latina! (ver clip)

2) You Don't Know What Love Is (You Just Do As You're Told)

You dont know what love is, / you do as you're told / Just as a child of ten might act / but you're far too old

Com vocação pra hit, essa música de estrutura simples chega a distoar do restante do álbum. Tem seu quê de country e é bem o que se poderia esperar da banda. Mas, apesar de ser uma das minhas favoritas, não acrescenta muito ao CD de forma geral.

3) 300 M.P.H Torrential Outpoor Blues
Will I still have these / 3 Hundred Miles per Hour / Finger Breakings / No Answers / Broken Back / Dirty Cancer / Bee Stung / and Busted Up / Empty Cup / Torrential Outpour Blues

E de repente, um som limpo na guitarra, uma batida leve - quase bossa - e sonoridade que cairia muito bem numa trilha sonora de The Sims. É claro que isso não se mantém por muito tempo. White tem extremo gosto pelo contraste em seus blues. Leve, linda, intensa e doída por vezes, mas simplesmente genial.

4) Conquest
And then in the strange way things happen / The roles were reversed from that day / The hunted became the huntress / The hunter became the prey

A música cover do álbum, de autoria de Corky Robbins, pode parecer bizarra à primeira vista, mas, na minha opinião, é a que melhor resume todo o CD. Em perfeito estilo toreador, Jack White apresenta uma estupenda técnica vocal. Além disso, o toque mariachi de um trompete nos mostra como é sutil o conceito minimalista da banda.

5) Bone Broke
Oh well / I'm broke boke

6) Prickly Thorn, But Sweetly Worn
Singing / Li De Li De Li Oh Oh / Well A Li De Li De Li Oh Oh

Aqui, temos a presença de uma gaita de fole. Definitivamente, essa não é a White Stripes que conhecíamos, é? Sinta-se viajando longos percursos sobre seu alazão, nos vales do velho oeste. Deliciosa.

7) St Andrew (This Battle is in the air)
This battle is in the air / I'm looking upwards / Who is here to greet me?

Continuação psicodélica da última música, "narrada" por Meg White. Uma voz que você juraria pertencer a uma criança.

8) Little Cream Soda
Well every highway that I go down / Seems to be longer than the last one I knew about / Oh Well

9) Rag & Bone
Yeahhh! / A c'mon, c'mon, c'mon, c'mon and give it to me! / Rag and bone, rag and bone / A c'mon, c'mon, c'mon, c'mon and give it to me!

Mais um blues, super engraçado: Os próprios Jack e Meg conversam pela música. Eles teriam chegado em uma antiga mansão e parecem se divertir com o que encontram por lá.

10) I'm Slowly Turning Into You
I'm slowly turning into you / But you don't know this / To be true

11) A Martyr For My Love For You
I could stay awhile / but sooner or later I'll break your smile / And I can tell a joke / but one of these days I'm bound to choke / And we might start to kiss / but I feel like a can't go through with this / And I bet we could build a home / but I know the right thing for me to do / Is to leave you alone

Ótima letra.

12) Catch Hell Blues
If you're looking for hot water / Don't be shocked when you get / Burned a little bit

13) Effect And Cause
Well you can't take the effect / And make it the cause / I didn't rob a bank / Cos you made up the law / Blame me for robbing Peter / Don't you blame Paul! / You can't take the effect / And make it the cause

A música chega a ser dançante e animada. Típica de final de CD, se não fosse White Stripes. O ouvido até estranha, mas logo se acostuma e você pensa: "Afinal, por que não?"

Afinal, Icky Thump é memorável.

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na Vitrine.