quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Juno

- - - de _Tereza, para o na Vitrine.


Se você for parar pra pensar, o grande mérito de Juno não é a atuação brilhante da protagonista, ou o ritmo impecável do roteiro, ou a trilha sonora pra lá de kick-ass, mas sim que daqui a uns anos, quando meus futuros filhos me perguntarem como eu era quando adolescente eu só vou precisar mostrar esse filme pra eles. E se algum perguntar se eu tive um filho com 16 anos e dei pra adoção eles vão mais que merecer um tapa na orelha, porque sério, não é essa a questão do filme.

Juno é talvez o filme mais geracional dos últimos tempos, e mostra que talvez nem tudo esteja perdido, porque crescer hoje em dia, ser uma menina hoje em dia, não é tão ruim assim.

Você pode ser sarcástica e ao mesmo tempo uma romântica idealista, você pode achar graça nos adultos a sua volta e ainda sim se sentir perdida quando eles te decepcionam, e sim, esqueçam essa historia de ser platonicamente apaixonada pelo atleta da escola, pois como diria o produtor de Heroes, o século XXI pertence aos geeks, e se o seu melhor amigo é um desses e ainda por cima te acha linda não importa como, esse é seu cara.

Eu estava lendo crítica de um cara, em que ele perguntava onde estavam garotas como a Juno no highschool dele. Eu só posso dizer, década errada amigo, porque eu conheço tantas Junos que nem tem graça. Não é que eu e a Juno sejamos a mesma pessoa (ela é tranquila demais, na sua situação, pro meu gosto), mas somos definitivamente o mesmo tipo de pessoa.

Porque ficar falando em mais gírias do que palavras de verdade em uma frase e ainda assim demonstrar inteligência é um truque complicado, mas não impossível. Ou então discutir mestres do terror italiano ou o melhor ano pra se ser roqueiro (pra Juno é 77, pra mim, algo entre 65 e 68) sem parecer pretensiosa ou full of shit. E ainda assim nós temos um coração.

Eu percebi que esse filme deve surpreender aqueles que ainda acham que nossa geração se espelha em figurinhas como Regina George ou Marisa Cooper, quando na verdade a gente quer se distanciar dessas pessoas o máximo possível. The beautiful people é boring, o que tá na moda é ser quirky, expressão em ingles que eu nem sei muito o que significa, mas que aparentemente tem a ver comigo.

Pra qualquer um que assistou um episódio sequer de Veronica Mars nada em Juno deve ser além de familiar, porém não deixa de ser extremamente agradável de assistir, com sua história agridoce que tem um final feliz tão bonitinho que dá vontade de suspirar. E flanela é tudo de bom!

7 comentários:

Unknown disse...

Tá, pode até ser, mas o cara ainda assim é meio (eufemismo) babaca.

Agora, o filme é demais da conta de bom. Divertidíssimo e não de uma forma simples.

la texana disse...

qual cara, o marido da elecktra?

ow, mas num é? e eu já to com vontade assistir de novo.

Leo|mascaro disse...

tenho um pouco de birra do oscar por indicar filmes com Juno, e ignorar socos no estômago como "4 meses, 3 semanas e 2 dias". Mas certamente esta deve ser uma ótima surpresa, como foi Miss Sunshine ano passado...

Ricardo Jung disse...

hehee
não sou cinéfilo, mas esse é o único filme me dá vontade de assistir desde um sobre os últimos dias do Kurt Cobain

la texana disse...

"tenho um pouco de birra do oscar por indicar filmes com Juno, e ignorar socos no estômago como "4 meses, 3 semanas e 2 dias". "

eu entendo seu ponto de vista, mas um filme não precisa ser um soco no estomago pra ser muito bom. juno tem seus momentos fortes tbm, só não precisa se apoiar somente neles.

Íris disse...

Adorei Juno!!!!!! Ele consegue tratar sobre as coisas c/ vários pontos de vista e ao mesmo tempo sempre de um modo teen!!!!

Junkie Careta disse...

Nossa! depois dessa resenha tão positiva e bem escrita, já tô me coçando pra ver Juno!
Olha só,fiz e postei em meu blog uma pequena pesquisa aqui em S. Luís sobre que música ouve-se na cidade e queria saber como andam as coisas por aí, especialmente Brasília onde morei a maior parte da minha vida.Apareça quando puder e contribua com sua informação.
Grande abraço.
P.S: Quirky é tipo original, excêntrico.
Grande abraço

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